Fórum da ABTA aborda crescimento, qualidade e apoio do governo
“Estratégias para o crescimento” foi o tema do painel de abertura da 22ª ABTA – Feira e Congresso, encontro anual promovido pela Associação Brasileira de Televisão por Assinatura e realizado pela Converge Comunicações. O encontro teve início nesta terça-feira (5), em São Paulo, e acontece até a próxima quinta (7). Nele, Oscar Simões (presidente da ABTA), Paulo Bernardo (ministro das Comunicações), João Rezende (presidente da Anatel – Agência Nacional de Telecomunicações), Manoel Rangel (diretor-presidente da Ancine – Agência Nacional do Cinema), José Formoso (Federação Brasileira de Telecomuniocações) e Marta Suplicy (ministra da Cultura) abordaram o futuro próximo do setor e a importância da retomada do crescimento, que sofreu uma certa interrupção em 2013 (leia mais aqui).
Sem apresentar soluções concretas, os debatedores recorreram a assuntos corriqueiros do setor. Na condição de presidente da principal entidade que rege o meio, Simões disse que a TV por assinatura oferece hoje uma qualidade de programação e velocidade, por conta do crescimento da banda larga, em linha com os países mais desenvolvidos do mundo. E apresentou números, como o de assinantes, hoje em 18,8 milhões, representando um faturamento total de R$ 27,9 bilhões. “Geramos mais de 100 mil empregos e desempenhamos um papel importante na educação do país. Tudo isso por um preço menor do que a média mundial das empresas de TV paga (o brasileiro paga em média pouco mais de 22 dólares, contra 25 da média)”, diz.
O executivo também falou da importância do estado para o desenvolvimento do meio. Porém, desde que não haja intervenções legais e regulatórias que possam elevar os custos. “A intervenção deve estar presentes em assuntos como furtos de sinal, algo que anda preocupando o setor”, disse. Da parte do governo, o ministro Paulo Bernardo disse que a maior preocupação são as possíveis ameaças de aumento de carga tributárias em relação às empresas de TV por assinatura. “Conseguimos chegar a um patamar menor do que existe em outros setores. E nossa luta é para que isso não volte a aumentar”.
Bernardo também defendeu o desenvolvimento de uma maior infraestrutura em áreas regionais, para que mais pessoas possam ter acesso ao serviço. “Há uma demanda por isso. Mas cabe também às empresas do meio se mexerem, não apenas o governo”, afirmou. Presidente da Anatel, João Rezende lembrou que também é preciso estimular a competição. “Hoje temos apenas duas grandes empresas dominando o setor”, declarou.
Lei da TV paga
Sem surpresas, o discurso de Manoel Rangel, presidente da Ancine, foi centrado em cima da Lei da TV Paga, que completou dois anos de vigência em setembro passado, sendo um de vigência plena. “Hoje vemos que a aprovação do novo marco regulatório da TV por assinatura do país foi um acerto do Congresso Nacional. E que ajudou essa indústria a mostrar o quão ela é importante no desenvolvimento da economia do país, dando acesso a cada vez mais consumidores”, disse.
Rangel afirma que desde 2007 o setor do audiovisual brasileiro só tem apresentado crescimento, incluindo aí também a TV aberta e o cinema. “Um estudo mostrou que em 2011 já representávamos 0,46% da economia brasileira. Parece pouco para quem não é do meio. Mas só para efeito de comparação, a indústria automobilística, com toda sua força, representava, na mesma época, 1,82%”, exemplificou. ‘É mais do que o setor farmacêutico”, completou.
Publicidade
Nesta quarta-feira (6), a ABTA terá a publicidade no centro de suas discussões. Entre diversos painéis abordando o tema, destaque para “Um novo mercado, uma nova publicidade”, que contará com a participação de Orlando Marques, presidente da Abap (Associação Brasileira de Agências de Publicidade). O executivo irá discutir o impacto que o atual cenário do setor poderá ter para a publicidade, ao lado executivos de agências e operadoras do setor.
Uma das grandes preocupações do meio é justamente como monetizar publicitariamente o setor da TV por assinatura. Do atual faturamento do setor, apenas de 5% a 6% vem de verbas da propaganda. Isso é um mercado que só está atrás da TV aberta e dos Jornais no bolo publicitário brasileiro, já tendo, porém, uma fatia mais representativa inclusive que as Revistas.