Fórum de Marketing Empresarial destaca soluções para a crise

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Luiz Fernando Furlan

Parceria que une o Grupo Doria, a Editora Referência e o curador de conteúdo Adonis Alonso, o Fórum de Marketing Empresarial deste ano já mobiliza lideranças do mercado. Agendado para ser realizado entre os dias 2 e 4 de setembro no Sofitel Guarujá Jequitimar, na região litorânea de São Paulo, com a expectativa de reunir 300 lideranças de marcas, produtos e serviços, o tema central será Grandes ideias enfrentam a crise unindo marcas e consumidores. A condução do evento ficará sob a responsabilidade de Luiz Fernando Furlan, que é chairman do Lide (Grupo de Líderes Empresariais) e vai substituir João Doria devido à sua condição de pré-candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo.

Empresário e ex-ministro, Furlan é um estudioso do comportamento do consumidor. Mesmo com o cenário econômico adverso, que subtraiu parte do tíquete da chamada nova classe média brasileira, ele vê evolução no comportamento de consumo no país. O divisor de águas é a disposição de experimentar novas opções e desafiar marcas tradicionais que se acomodam.

“Há novas marcas cujos produtos são quase descartáveis, mas que atendem o interesse dos consumidores. Esse poder de escolha é característico de uma classe média que viveu momentos de grande transformação no passado recente e é a mais afetada pela crise. Mas, apesar dos problemas, principalmente desemprego e elevação de preços, ela adquiriu novos hábitos. A tubaína volta à mesa, mas, quando houver normalização, o refrigerante de marca retorna à sua cesta”, observa Furlan, com a experiência de ser integrante do conselho de empresas como BRF (Sadia e Perdigão) e Vivo, por exemplo.

A segmentação, que, segundo Furlan, trouxe maior sofisticação à atividade mercadológica, precisa ser cada vez mais estudada. Ele tem olhos para fenômenos como os millennials e as gerações Z e Y, mas recomenda atenção com o que chama de segmento sênior. “Muita gente chama de terceira idade, mas não é bem assim. Normalmente são pessoas com tíquete definido, mesmo que pequeno, mas que têm uma importância enorme no ambiente de consumo. As novíssimas gerações são diferentes: já nasceram plugadas, mas podem nos ensinar muitas coisas. Os seniores são mais criteriosos nas suas escolhas e também têm segmentação, mas acredito que o marketing ainda não dá devido valor a essa classe”, enfatiza Furlan.

Conhecedor do mercado de alimentos, Furlan acredita que o discurso da saudabilidade impacta o consumo de produtos de algumas indústrias, como fast food e refrigerantes. O investimento de algumas marcas em sucos e água sinaliza que buscam novas opções. “As pessoas evoluem e vivem mais. Ter saúde é essencial para essa expectativa se materializar. E isso não vale apenas para os seniores: as novas gerações estão muito influenciadas por essas práticas”, destaca Furlan ressaltando, ainda, o surgimento de clubes de compras, com preço e qualidade, como os de vinho, por exemplo. “Conheci outro dia o chamado chef table. As pessoas vão fazer uma refeição com um grande cozinheiro e ajudam no preparo da refeição. Muita gente opta pelo arroz de menor preço, cuja economia representa alguns centavos, mas não deixa de manter indulgências como a compra de um óleo de oliva”.

Um dos elementos que Furlan reconhece como pragmáticos para a recuperação da economia é um trabalho de imagem da marca Brasil. “O mercado compra credibilidade. Uma marca que se deteriora é ignorada. Recentemente o Brasil figurava como economia emergente e tinha espaço. Hoje mais de 70% do noticiário internacional sobre o país é negativo. Temos de trabalhar para recuperar o timing. O passo-a-passo é ficar atento às oportunidades, mas, para isso, é necessário estar bem preparado e, sobretudo, ter coragem com mais ousadia”, ele finaliza.