Fórum de Marketing Empresarial destaca valor humano das marcas

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De 23 a 25 deste mês de agosto, no Sofitel Jequitimar, no Guarujá, região litorânea de São Paulo, o Lide (Grupo de Líderes Empresariais) e o PROPMARK realizam a 10ª edição do Fórum de Marketing Empresarial.

O evento é uma das referências do trade e traz à luz temas que estão na pauta da atividade que é a indústria que movimenta as demais indústrias. O tema deste ano é o Marketing Humano das Marcas, assunto que está no dia dos executivos que organizam as estratégias mercadológicas de marcas, produtos e serviços.

De acordo com Célia Pompeia, vice-presidente executiva do Grupo Doria, a figura humana continua sendo imprescindível no ambiente de negócios. “A tecnologia é recorrente nos nossos eventos. Na verdade, as inovações já fazem parte das nossas vidas. Quando começamos a discutir o tema do Fórum, chegamos à conclusão de que não adianta nada para uma marca se esquecer que o protagonista é consumidor, que é um ser humano. Por isso, uma marca precisa ser humanizada para compreender o consumidor, que está no centro de tudo. Se uma marca não agrada ao homem, certamente não vai ter sucesso. A agenda do evento contempla temas como diversidade, terceira idade, millennials etc.”, disse a VP executiva do Grupo Doria.

Celia Pompeia, vice-presidente do Grupo Doria, ressalta importância da humanização

No olhar de Celia estão campanhas exibidas nos canais de mídia que exploram o ser humano nos seus conteúdos. Ela cita, por exemplo, projetos de comunicação da Mitsubishi, O Boticário, Natura etc.

“As marcas exibem suas campanhas mostrando situações que vão do lazer à praticidade. No caso do mercado de automóveis, a ideia é sempre dar ênfase ao aproveitamento humano do produto. Em 30 segundos uma marca pode falar com diversos perfis de consumidor”, ela afirmou.

A tecnologia é inexorável, mas só ganha relevância quando está em sintonia com as necessidades dos consumidores. “Não faz sentido usar a tecnologia pela tecnologia. O valor agregado ao cliente é que interessa. Por isso o Fórum vai destacar a aplicabilidade. Uma câmara de ré em um carro é um serviço que facilita a vida das pessoas. Algumas indústrias estão bem evoluídas nessa direção, como a automobilística. Considerar o ser humano é inteligente e vai continuar sendo a melhor opção para desenvolver planos de marketing”, acrescentou a VP do Grupo Doria.

Marcia Esteves, presidente e CEO da Grey Brasil, está na programação deste ano

Em uma era marcada pela profusão de dados, a falta de informação pode ser crucial para uma marca. Por isso mesmo, o curador do Fórum, o executivo Marcos Quintela, CEO da operação da VML&Y&R no mercado brasileiro, vai conduzir uma palestra sobre a vulnerabilidade no ambiente de negócios, que pode estrangular uma operação. Quintela divide a função de curador com o jornalista Adonis Alonso, da Creatix, e Armando Ferrentini, publisher do PROPMARK.

“Dois dias de ausência representam a perda de uma oportunidade. Ou seja, é um caminho sem volta. Já se imaginou sem ler o noticiário? Mas têm marcas que se esquecem de que, em um mundo cada vez mais conectado, as exigências são cada vez maiores. Em muitas reuniões, empresários ficam calados. A consequência imediata é a perda de oportunidades. Inclusive a de aprender. O Quintela vai mostrar como uma marca pode ficar vulnerável e perder seu espaço. Não há nenhum problema em perguntar para compreender o que não se sabe. O gap da vulnerabilidade é implacável”, ponderou Celia.

Luiz Sanches, chairman e CCO da AlmapBBDO, também fará parte do evento

A criatividade será o fator de diferenciação. Celia explica: “O profissional de marketing é o radar do futuro. Já imaginou como a criatividade é essencial para uma marca de genéricos ganhar projeção no mercado? E sem poder exibir uma marca? O Fórum vai debater como os profissionais desse segmento trabalham para crescer e ganhar relevância. Algumas se engajam em patrocínios esportivos, por exemplo. Mas há uma riqueza nas empresas de genéricos que o Fórum vai mostrar.”

E o futuro? Não é mais amanhã. É agora. “Por esta razão não é concebível começar uma estratégia sem contemplar o indivíduo. Claro, as marcas sempre buscaram estar alinhadas com os interesses dos seus clientes, mas agora há um momento em que o cenário pode mudar no minuto seguinte. O marketing não nasce mais do produto ou da empresa, mas das necessidades dos consumidores. A mídia era a TV aberta, canais a cabo, jornais, revistas, cinema e outdoor, mas com a tecnologia digital houve ampliação da oferta de canais e a transformação dos meios tradicionais. O consumidor tem mais acesso, é reativo e exige comportamento mais humano das marcas, que precisam estar alinhadas com temas como diversidade, responsabilidade social e sustentabilidade”, defende Celia.

O digital também agrega valor para as marcas interagirem com clientes. Até mesmo na hora de vender um projeto. “Por meio do WhatsApp um vendedor conversa diretamente com as pessoas responsáveis. E pode mostrar que há relevância para uma marca participar de alguma ação. A ligação humana gera um efeito imediato. O marketing conecta interesses em tempo real. O vendedor pode dizer para o prospect que se lembrou dele porque tem uma oferta sob medida para ele. Se não fizer sentido, vai saber na hora”, finaliza Celia.

Erh Ray, CEO da BETC Havas, participa do encontro ao lado dos colegas