Fototica muda marca e foca classe média
A Fototica acaba de reposicionar a marca. Além da nova identidade visual, que inclui a retirada do “p” no nome da empresa e os dois “os” maiúsculos em alusão às lentes dos óculos, a rede também ampliou o público-alvo, que antes era formado pelas classes A e B+ e agora
abrange também a classe C, a exemplo do que muitas marcas vêm fazendo.
A mudança também inclui um foco em produtos óticos e o fim da comercialização de produtos fotográficos. O investimento no projeto de reformulação da marca é de R$ 30 milhões.
Essa é a primeira vez desde que foi fundada, em 1920, que a empresa passa por uma reestruturação na identidade corporativa. A alteração foi decidida com a aquisição da rede pela Hal, que controla o maior grupo de varejo ótico do mundo. “A ideia é ter uma grande rede no
mercado brasileiro e na América Latina. Com a entrada da maior ótica mundial, eles viram a necessidade de ter uma marca forte aqui”, disse Paula Freire, diretora de marketing da Fototica.
As lojas da rede Fábrica de Óculos, líder na Bahia e Sergipe, também adquirida pela Hal em 2007, passam a apresentar a mesma comunicação visual. “A Hal pretende adquirir as líderes em óticos de cada mercado, por isso não seria eficiente manter diversas marcas”, explicou Paula.
A justificativa para manter a Fototica e não a Fábrica de Óculos como marca é que a rede do Nordeste tem apenas 25 anos de existência contra mais de 80 da Fototica. “Sem contar que é mais fácil conseguir conquistar mercado no Nordeste do que na Grande São Paulo, onde o nome Fototica já é consolidado”, falou.
As cores da marca continuam sendo o azul e amarelo. A tipologia agora é mais moderna e elegante e o visual é mais limpo e de fácil compreensão. Os pontos-de-venda também estão sendo reformulados. A intenção é reformular todas as lojas já existentes até o fim do ano que vem. O fim da comercialização dos produtos e serviços de foto ainda não tem data para terminar. “Mas vamos garantir uma estratégia para o atendimento de todos os clientes que tenham adquirido os nossos pacotes de produtos”, prometeu Paula.
Até o fim de 2012, a rede pretende aumentar de 105 pontos-de-venda para 500 lojas. “Para alcançar essa meta serão três frentes de atuação. Primeiro, pelo crescimento orgânico. Segundo, pela expansão por meio de aquisições de outras redes brasileiras. Terceiro, por meio
de franquias”, explicou Paula. Até o final deste ano, a rede promete comunicar uma nova aquisição também na região Nordeste do País. De acordo com a executiva, na antiga gestão, a sustentação do crescimento da empresa era sobre franquia. “A Hal pretende ter um grande corpo de lojas próprias e também crescer pela franquia”, afirmou Paula.
No ano passado, o faturamento da empresa foi de R$ 160 milhões. A pretensão é já aumentar os ganhos em 20% neste ano com a abertura de outras 20 lojas, quatro neste mês.
Parceiros
Para fazer a reestruturação da marca, a Fototica contou com a parceria de outras empresas. Synovate e TNS foram as responsáveis pelas pesquisas com cerca de 2.000 consumidores. O processo de pesquisa deu tão certo que a rede vai manter um canal direto aberto com os
consumidores. “Criamos o comitê interno do cliente, no qual selecionamos alguns consumidores que participarão de um encontro, duas vezes por ano, para dar sua opinião. A ideia é que isso seja o nosso grupo de pesquisa interno constante”, explicou Paulo.
Os primeiros encontros já estão marcados. A primeira praça a realizá-lo, no fim deste mês, é São Paulo. O próximo está marcado para setembro, na Bahia. A Brander assina o estudo de reposicionamento da marca, o logotipo e o novo conceito da loja.
A campanha publicitária ficou por conta da RAI. A comunicação estreou no dia 1º de agosto com peças para TV e mídia impressa. O grupo também decidiu fazer uma parceria com o Lions Club para desenvolver um projeto social. A Fototica será responsável pela coleta e classificação de óculos que serão distribuídos pelo clube para a comunidade carente.
por Cristiane Marsola