A proposta de fusão entre Grupo Pão de Açúcar e Carrefour está oficialmente suspensa. Nessa terça-feira (12), após reunião do conselho de administração do Casino Guichard-Perrachon realizada em Paris, da qual o empresário Abilio Diniz também participou, os sócios rejeitaram oficialmente a proposta de união com o Carrefour. Diniz foi o único a votar a favor da operação.

Em comunicado, o varejista francês afirmou que “seu conselho de administração observou, de modo unânime, com exceção do sr. Diniz, que a transação é contrária aos interesses de todos os acionistas e do Casino”. O grupo ainda classificou a operação, mais uma vez, como “hostil e ilegal”.

Para recusar a proposta, o varejista francês apresentou estudos dos bancos Santander, Goldman Sachs e do Merrill Lynch, que apontaram, entre outros pontos, que a expectativa de sinergia divulgada por GPA e Carrefour eram superestimadas, que os riscos envolvendo a operação eram altos e, principalmente, que a operação imporia uma “diluição massiva e completamente injustificada dos acionistas do GPA”.

O Casino, sócio-majoritário do Pão de Açúcar, com 43% de participação, passaria a ocupar a presidência da Wilkes, controladora do GPA, a partir do ano que vem. O BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Social), que iria injetar até R$ 4,5 bilhões na operação, também desistiu de financiar a fusão. Em um breve comunicado ao mercado, o banco justificou sua posição apontando a falta de entendimento entre os dois sócios do GPA.

“Frente ao comunicado do conselho de administração do grupo Casino, rejeitando a proposta de associação entre o Grupo Pão de Açúcar e o Carrefour, a diretoria da BNDESPar vem a público informar que cancelou o enquadramento da operação solicitada pela Gama 2 SPE Empreendimentos e Participações S/A”, ressalta comunicado. A instituição lembrou que já havia mencionado a possibilidade de abandonar a operação caso os dois varejistas não entrassem num acordo. “O pressuposto da eventual participação da BNDESPar nesta operação era o entendimento entre todas as partes envolvidas”, acrescenta.

Em 2 de agosto, o conselho de administração da Wilkes, que controla o GPA, se reunirá. Abilio Diniz, como presidente da holding, é o encarregado de comunicar a posição do Casino aos acionistas. Segundo informações que circulam pelo mercado, o Casino quer, agora, comprar a parte do sócio brasileiro.