Gap chega com “status internacional”, mas prega democratização da moda
Laban: teremos novidades nas lojas a cada semana
Sinônimo de moda básica e despojada nos Estados Unidos, a Gap inaugura sua primeira loja no país nesta quinta-feira (26), no shopping JK Iguatemi, em São Paulo. No próximo mês, a segunda unidade da marca na capital paulista abre as portas no MorumbiShopping. Até o fim do primeiro semestre de 2014, consumidores do Rio de Janeiro (RJ) e de Porto Alegre (RS) também terão acesso às peças da grife, em lojas no BarraShopping e no BarraShoppingSul, respectivamente.
Com área acima de 600 m², as quatro unidades servirão como base para definir o futuro da marca, trazida ao país pelo grupo Blue Bird. “Nossas possibilidades de expansão estão diretamente relacionadas ao sucesso dessas lojas. A Gap, no entanto, vê bastante conexão entre seu conceito de moda e o estilo de vida do brasileiro, portanto esperamos bons resultados”, diz Pierre Schrappe, diretor comercial da rede no país.
A marca estrangeira é a segunda no seu segmento a incluir o Brasil em seus planos de negócios recentemente, tendo como foco a chamada geração millennial, formada por jovens de 18 a 30 anos. A primeira foi a Top Shop. Para o próximo ano, já foi anunciada a chegada da H&M e da Forever 21. Schrappe frisa, no entanto, que as filosofias são diferentes e que, apesar da associação por conta do fator internacional, as redes não devem se “canibalizar”. “Vejo uma diferença muito clara entre nós e a Top Shop, por exemplo: a proposta deles é o alto nível de moda; a Gap, por outro lado, faz o básico com excelência”.
Essa chamada excelência deve estar ao alcance de todos, segundo o executivo. Apesar das lojas instaladas em shoppings frequentados por públicos de alto poder aquisitivo, a Gap pretende atingir consumidores que vão da classe C à classe A. “Queremos que a marca seja democrática e acessível, características que a definem no mundo. Essa posição se refletirá nos preços e nas condições de pagamento. Não temos a intenção de ser uma grife de luxo no país. A Gap tem seu valor no mundo e, diante disso, buscaremos o equilíbrio”, afirma Schrappe.
Com 20 lojas na América Latina (Chile, Uruguai, Panamá, Colômbia, Peru e México), a rede aposta alto no Brasil, presente no “top 5” de seus consumidores fiéis. As peças chegarão ao país de navio. “Isso não quer dizer que não teremos novidades nas lojas a cada semana”, adianta Stefan Laban, vice-presidente sênior da Gap. Além de roupas e acessórios para homens e mulheres, a rede terá boa parte de seu espaço reservado às crianças e bebês. “Este é um público que nos interessa muito. No primeiro momento, nosso objetivo é dialogar com os jovens. Mais para frente, devemos falar com os pais”, diz Carolina Correa, gerente de marketing da Gap no Brasil.
Digital
A estratégia de comunicação da marca no país já nasce digital. “Destinamos 60% da verba de marketing para o meio online. Lá é onde está essa geração que queremos atingir e a comunicação com ela deve ser bastante intensa e próxima”, destaca Carolina. De acordo com a executiva, todo o plano está sendo traçado em parceria com a Fri.to. “Eles desenvolvem as ações digitais, mas também vão nos ajudar bastante no offline”.
Quando anunciou sua chegada ao Brasil, a Gap pretendia chegar ao fim de 2013 com 100 mil fãs no Facebook. Em apenas quatro meses, no entanto, o número ultrapassou os quatro milhões de seguidores. No Instagram da grife, a maioria dos internautas é brasileira. “Também investiremos no YouTube, em banners e vídeos”, diz Carolina. Não haverá, no entanto, uma campanha específica para o país. “Hello”, mote que acompanha a comunicação global da marca, já circula por aqui. “Recebemos instruções globais e as adaptamos às características culturais de cada país e cidade. ‘Hello Brasil’, portanto, não é exclusiva, mas é diferente”.
Dentro e fora do universo online, a Gap buscará uma estreita relação com a música. Esse conceito incluirá desde discotecagem nas lojas até apoio a festivais. “Queremos que o cliente visite a loja, viva uma experiência diferente e mergulhe no universo da marca. Música tem tudo a ver com o DNA da Gap e é parte fundamental da vida de seu consumidor”, finaliza Carolina.