Foursquare, Google Places, Guia Mais, Apontador, iLocal  são os novos aplicativos móveis de geolocalização na internet e que revelam oportunidades tanto para os usuário (e-marketers) quanto para os pequenos e antigos anunciantes dos tradicionais classificados. Via tais recursos, até a internet brasileira tem como incrementar a verba de mídia de R$ 3.160.863 alcançada em 2010, de acordo com dados do Ibope Monitor. Aliás, links patrocinados por empresas de pequeno porte é uma prática de mercado que rendeu 60% da receita do Facebook em 2010 – estimada pela eMarketer em US$ 1,87 milhão.

A consultoria projeta ainda que o número de usuários de redes sociais móveis deve crescer mais que o dobro entre 2010 e 2015, sendo que a adoção dos serviços baseados em localização crescerão junto, o que os torna os aplicativos um componente de marketing.

Diretor da consultoria de varejo Predicta, Páris Piedade Neto afirma que o potencial é enorme. “À medida que aumenta a base de smarthphones no país e que o dono do negócio entenda as redes sociais e como figurar dentro delas. É um trabalho B2B de páginas amarelas no mundo digital”.

Parcerias

Atentos ao crescimento desse nicho de mercado, especialmente dentro das mídias sociais, Facebook e Twitter começam a investir. O microblog iniciou parceria com o site Apontador.com em que os tweets podem ser originados de lugares cadastrados no site. Apesar de o Facebook Places ainda não estar disponível no Brasil, a ferramenta já anuncia dentro de aplicativos móveis. O brasileiro Apontador anunciou recentemente a integração de seu check-in list com o Twitter, Facebook Places e Foursquare.

Já o Google Places está dentro do Google Maps, mas sua base de dados é do Telelistas, e qualquer pessoa pode visualizar e cadastrar informações de sua empresa, uma vez que o acesso é gratuito. A expansão do smartphones com GPS incrementará os negócios, de acordo com a gerente de vendas online do Google Brasil, Lidiane Tahan.

A fusão Apontador e MapLink tem parceria com o Twitter Places para compartilhamento total da base de dados de locais. “Chega ao nível de identificar se há oferta em algum dos 200 sites de compra coletiva no País, informando ao usuário que ele pode comentar o uso do serviço contratado”, comenta o chief technology officer dos portais Rafael Siqueira.

O GuiaMais.com acaba de lançar uma moderna versão dos seus mapas de localização que permite traçar rotas entre vários pontos, sugere locais de interesse, compartilha buscas nas redes sociais, além da visualização em Street View.

Enquanto isso, com uma base de 19 mil clientes ativos a Oesp Mídia reforçou o approach em geolocalização e conseguiu levar 13 mil deles em São Paulo e Rio de Janeiro para a nova plataforma, a iLocal, que já tem versão para smartphones. O investimento anual é de R$ 1 milhão, voltados ao desenvolvimento e atualização, segundo seu diretor geral, Carlos Alberto Pires.

Aumentar a presença dos anunciantes e check in points nesse meio é fundamental. Afinal, de acordo com a pesquisa “Navigating Your Roadmap”, da FitForCommerce, especializada em tecnologia web, entre as melhores práticas para otimizar a experiência de compras do consumidor é estar vinculado a uma mídia plenamente móvel (51,9%), mostrar um grupo seleto de produtos (33,3%), e ter uma localização em redes sociais, como Foursquare e Gowalla.

Seguindo a tendência, a Kraft Foods Brasil lançou uma plataforma com geolocalização para sua marca Club Social, com criação das agências W3haus e Giovanni+Draftfcb. O mapa do Brasil é coberto de ‘pins” que mostram as brincadeiras dos usuários do canal em posts todos os dias.

Potencial

Páris, da Predicta, avalia que a perspectiva de consolidação do mercado de geolocalização depende do custo dos aparelhos e do pacote de dados. “Demanda uma discussão com o governo para redução dos preços e taxas. E nos aparelhos, a plataforma Android, do Google, tem uma funcionalidade de alta qualidade a custo baixo. No último trimestre, nos EUA, primeiro mercado para essas adoções, vendeu-se mais smartphones do que PCs. Parte disso se deu porque um aparelho de US$ 100 é muito funcional. Com a queda de preços no Brasil, podemos ter uma mudança nesse cenário”.

Siqueira, do Apontador: meta é crescer 30% em 2010

Como sua meta de crescimento em faturamento é agressiva (30%) para 2010, as duas unidades de publicidade on line e web service recebem atenção especial e a negociação com pequenos e grandes anunciantes ficam a cargo do diretor de marketing e vendas Frederico Hohagen. O foco é atrair usuários e destacar estabelecimentos como restaurantes e floriculturas. “Repassamos quantas ligações telefônicas receberam por conta dos aplicativos no celular e o site do Apontador que tem 12 milhões de visitantes únicos por mês para consultar 5 milhões de pontos no Brasil”.

Veja gráfico do eMarketer sobre a base crescente de usuários de geolocalização:

Por Perla Rossetti