Gestão de fornecedores é maior desafio de head de marketing digital
O PROPMARK ouviu neste Especial Digital os heads de marketing das principais plataformas digitais do mercado brasileiro e procurou traçar um perfil desses profissionais, conhecer seus desafios de negócios, boas práticas e saber o que é preciso fazer para manter o sarrafo alto na publicidade digital, que não para de crescer.
Cris Camargo, CEO do IAB Brasil, afirma que, devido à velocidade nas transformações dos negócios, um dos maiores desafios dos líderes de marketing na publicidade digital é a gestão da cadeia de fornecedores, que está cada vez mais líquida e complexa, dependendo bastante de serviços de tecnologia em todos os elos da relação: agências, produtoras, veículos e empresas de verificação.
“A integração das tecnologias em todas as fases do processo se torna cada vez mais fundamental para que seja possível aferir os resultados obtidos”, afirma a executiva.
Segundo Cris, esta cadeia de tecnologia leva ao segundo e não menos importante desafio, que é a gestão de equipe, “já que profissionais especializados nesta área estão cada vez mais disputados”.
Ela afirma que, por observar esta necessidade de profissionais especializados, o IAB Brasil potencializou a área de educação com diversos cursos livres que contribuem com a capacitação e certificação dos profissionais que atuam com publicidade digital. Já para as empresas associadas, a entidade oferece o programa Formar Para Transformar, com treinamentos gratuitos.
Sobre o perfil dos profissionais do mercado digital, a executiva destaca que, assim como nos mais diversos setores de uma empresa, a diversidade é a palavra-chave.
“Nunca tivemos tanto espaço para promover a integração de pessoas formadas em diferentes áreas e para a comunicação digital ocorre da mesma forma. Profissionais criativos, redatores, engenheiros de software, desenvolvedores, programadores, matemáticos e até mesmo músicos podem compor o mix ideal de talentos para uma empresa”, completa ela.
Taciana Lopes, líder de marketing para o WhatsApp no Facebook Brasil, ressalta também que o perfil do profissional mudou e hoje a experiência e as habilidades contam muito nas big techs, que não querem apenas jovens em postos estratégicos nas empresas.
“Os profissionais da área estão saindo da caixinha. Antes eles eram, em geral, paulistas, de uma metrópole poderosa. Hoje essa visão está mudando”.
Segundo ela, o Facebook, que é dono do WhatsApp, está cheio de exemplos. Ela lembra que na casa tem executivos com mais de 60 anos. Taciana comenta ainda que a comunicação precisa ser democrática. De acordo com ela, a empresa está preparada para falar com os diversos perfis de consumidores.
Cris Camargo salienta que as previsões para a publicidade digital são positivas neste ano. Pesquisa do IAB com a Nielsen mostrou que 45% dos respondentes de buy side (compradores de mídia – agências e anunciantes) disseram que aumentarão a verba gasta com anúncios digitais e 14% em estratégias com influenciadores. Esses aumentos são motivados pela busca por performance, ROI, posicionamento de marca e alcance de novas audiências.
Quanto aos formatos, 27% desta mesma amostra esperam aumentar neste ano os investimentos destinados para search, 23% para áudio digital e podcasts e 18% para native advertising. Os investimentos em mídias digitais no Brasil em 2018, segundo pesquisa do IAB/PwC, somaram R$ 16.118.374,00.
BOAS PRÁTICAS
Na última semana, o IAB Brasil adotou o discurso sobre “boas práticas do setor de publicidade”. Segundo a entidade, a ideia é “estabelecer parâmetros técnicos, éticos e sustentáveis para o ecossistema como um todo”.
Para dar início à formatação da ideia, a entidade estruturou três novos grupos de trabalho que terão o objetivo de promover o diálogo no setor, conforme segue: Mercado – modelos de negócio vigentes e novas formas sustentáveis; Governança Responsável – transparência nas relações comerciais, padrões éticos nas negociações de mercado e de responsabilidade social das empresas; e Padrões Técnicos – aplicação das principais boas práticas e padrões técnicos globais para orientar as operações digitais e a sua adequação aos objetivos das marcas.