Getty Images busca representação genuína para Carnaval brasileiro

Carnaval. O que vem à sua mente quando você lê esta palavra? A festa mais famosa do Brasil costuma ser lembrada de maneira estereotipada pela publicidade, com fotos posadas que focam em desfiles de escolas de samba, por exemplo. Mas há muito tempo a festa não é restrita a isso. Daí a criação de uma série com imagens mais diversas. O projeto é da iStock, plataforma da Getty Images.

Os estúdios foram deixados para trás e a festa nas ruas, com os bloquinhos, tornou-se o principal cenário das imagens.

“Nossos clientes não estão procurando a versão ‘clichê’ do Brasil, como Carnaval no Rio, Caipirinha ou a bandeira do Brasil, porque são muito mais do que isso. É por isso que a autenticidade é tão importante para nós. Vencemos ao entender essa necessidade crescente, poder guiar nossos colaboradores e oferecer isso a nossos clientes”, explica Renata Simões, gerente sênior de conteúdo criativo da iStock e Getty Images na América Latina, líder do projeto.

Imagem do Carnaval de Olinda em Pernambuco

“No que diz respeito ao Carnaval brasileiro, clientes nos disseram muitas vezes que desejam imagens com as quais seu público-alvo possa se identificar. Devido à crescente popularidade do Carnaval de rua em todo o Brasil, essas imagens são as nossas mais vendidas nesta época do ano. Temos colaboradores do Nordeste para o Sul, cobrindo o autêntico Carnaval de rua para satisfazer as necessidades de nossos clientes”, explica Renata.

Em 2019, a plataforma lançou o projeto #ShowUs, em parceria com Dove e Girlgaze. “Foi a resposta a uma pesquisa que mostrou que 70% das mulheres dizem que ainda não se sentem representadas nas imagens que veem todos os dias”, relata a gerente. Segundo Renata, nos últimos 12 meses, houve “grandes aumentos” nas pesquisas no site da Getty Images pelos seguintes termos: “Pessoas reais” – 115%; “Sincero” – 101%; “Real” – 126%; “Mulher de verdade” – 150% e “Pessoas comuns” – 156%.

“Somos tão alfabetizados visualmente que sabemos muito bem quando as imagens não são autênticas e ‘de banco de imagens’. É facilmente identificável e carece da capacidade de se relacionar com um público amplo. Atualmente, as marcas estão procurando maneiras de se diferenciar da concorrência e em um mundo dominado por conteúdo visual (imagens estáticas e vídeo), imagens de qualidade são essenciais para se destacar”, analisa a executiva.

Segundo Renata Simões, América Latina lidera projeto que mostra o Carnaval menos estereotipado

A gerente explica que as equipes de ciência de dados da iStock by Getty Images desenvolveram algoritmos que fazem exatamente isso. “Essa é uma das maneiras pelas quais a IA e o aprendizado de máquina podem fazer grandes coisas para ajudar os clientes a encontrar conteúdo que corresponda ao seu estilo visual. Quando entendemos o que torna uma imagem autêntica, podemos começar a ajudar os clientes de maneiras que não apenas os ajude a definir sua assinatura visual da marca, mas a encontrar a imagem certa que corresponde à história que eles querem contar”, esclarece.

Outros esforços visam a veiculação de imagens mais verdadeiras na publicidade. Além do já citado #ShowUs, também em 2019 o coletivo gaúcho Viva Voz, composto por cinco estudantes, desenvolveu a iniciativa Tem Que Ter. Trata-se de um banco de imagens que retrata LGBTs em cenas cotidianas e que tem como objetivo descontruir a visão preconceituosa e estereotipada. Pouco antes, em 2018, a Shade, uma agência de Nova York, criou o Nappy, um site com fotos em alta resolução de pessoas negras e 100% gratuito.