Giacometti Rio recorre à sociologia e antropologia
Martino: “As agências buscam processos mais dinâmicos e hibridos; vivemos um momento delicado no mercado em função da crise”
A unidade fluminense da Giacometti quer reativar o processo de retomada de crescimento que norteou a operação entre 2005 e 2014. A perda do BNDES no ano passado, mais o enfraquecimento da economia do país, colaborou para uma desaceleração. O sócio e diretor-geral Flavio Martino explica que, do ponto de vista financeiro, a situação está sob controle, em sua opinião isso é fundamental para buscar novos negócios e recolocar a agência na trilha do crescimento. Na carteira de negócios estão contas como Sebrae/RJ, Brasilcap (OuroCap), Condor Armas-Não letais e Grupo Editorial Record, que, segundo Martino, “dão faturamento confortável para os padrões de infraestrutura do Rio de Janeiro”.
Mesmo com liberdade de ações, há dependência econômica da matriz. “Operacionalmente temos autonomia, mas financeiramente não. Temos como premissa que as filiais, do Rio, Brasília e Belo Horizonte, trabalhem com total liberdade. Mas, vale lembrar, que realizamos um controle macro, sem interferência direta, através de um board de comando, do qual faço parte. Lá planejamos os destinos da agência: invetimentos, orçamentos e os mais diversos tipos de decisões, inclusive as ligadas à negociação. Cabe à matriz, em São Paulo, controlar o fluxo financeiro e orçamentário das unidades”, enfatiza Martino.
A fortaleza que Martino destaca desde que a Thinkers foi incorporada pela Giacometti, há 11 anos, é uma espécie de leveza que torna os processos gerenciais mais dinâmicos e horizontais. “Desde o ano passado, conseguimos emplacar um novo pensamento, principalmente no planejamento, área que atuo com mais precisão: usar de forma mais sistemática a antropologia do consumo e a sociologia com mais peso e profundidade. Não é para ser boring, é para dar peso ao processo. Dessa forma, mudamos um pouco o foco do pensamento: saímos realmente da caixa e encontramos boas alternativas para os nossos clientes. Diria que trouxemos os clientes para terrenos mais tangíveis”, argumenta.
A agência deu início ao plano de veiculação para os purificadores de água Soft, com campanha e estratégia digital. “O projeto inova, pois estamos trabalhando não só a mídia, mas também uma plataforma de e-commerce multidirecionada. É um projeto ambicioso e trabalhoso, mas que está me dando um grande prazer de conduzi-lo”, celebra Martino, que acrescenta. “Tudo envolve inteligência. Se é impossível lançar uma campanha sem planejamento, diria que é impossível prospectar sem essa mesma visão sistemica. Não dá para chegar em um prospect e apenas apresentar “quem somos”. Informação e inteligência, seja de mercado ou de consumidor, tem de estar no nosso speech de prospecção. Percebo que as agências têm buscado processos mais dinâmicos e mais híbridos. Mas, estamos vivendo um momento delicado no mercado em função da crise”, finaliza.