Uma série de ações está sendo desenvolvida em comemoração ao aniversário de 80 anos do jornal O Globo. Entre elas duas exposições no Rio de Janeiro: uma de capas e fotos do jornal e outra de anúncios publicados nestas oito décadas. Uma edição especial do “Projeto Aquarius”, na praia de Copacabana, também está no calendário de comemorações do aniversário do jornal, que deu início ao que hoje são as Organizações Globo.
“Estamos inaugurando nesta semana uma exposição no Centro Cultural Banco do Brasil com primeiras páginas e fotos dos jornais, a “80 anos de história nas páginas d’O Globo. E teremos uma outra exposição, no Centro Cultural Telemar, com anúncios desses 80 anos. Tem peça da década de 30, com dicas para mulheres magras demais engordarem, coisas inconcebíveis hoje em dia”, antecipa Agostinho Vieira, diretor executivo do jornal.
A exposição terá ainda preciosidades tecnológicas. Quem visitar a exposição, poderá controlar a velocidade da projeção de imagens em uma tela. O soundtube, um equipamento de áudio de alta tecnologia, permitirá que o público ouça as legendas que acompanham as imagens da retrospectiva. Ainda nesta semana, dia 29, o jornal terá um encarte de 12 páginas, com primeiras páginas com boas notícias desses 80 anos. “Teremos o fim da guerra, dois campeonatos brasileiros mundiais de futebol, a chegada do homem à lua e o Papa doando o anel aos pobres no Rio”, conta.
Uma edição especial do “Projeto Aquarius”, realizado há mais de 30 anos pelo jornal, acontecerá em outubro. Mas, já em agosto, uma prévia do que o público verá na praia de Copacabana será apresentada no Teatro Municipal. “O tema é Villa Lobos e contará com a participação da Orquestra Sinfônica Brasileira e de Ney Matogrosso. Em outubro, ele será realizado na praia de Copacabana. Terá também a participação do Olodum. Publicações especiais, debates no auditório do jornal, colunas e shows integraram as comemorações do aniversário d’O Globo.
História do jornal
O Globo foi o primeiro passo do que hoje são as Organizações Globo. Seu fundador, Irineu Marinho, não chegou a ver os frutos da sua criação: ele morreu 23 dias após o lançamento do jornal. Apesar disso, só em 1931, seu filho, Roberto Marinho, assumiria o comando daquele que há muito tempo é um dos maiores jornais do Brasil.
A primeira edição do jornal vendeu 33.435 exemplares e foi impressa em uma rotativa Marinoni francesa, que havia sido utilizada na guerra. Hoje o jornal vende cerca de 260 mil exemplares nos dias úteis e mais de 380 mil aos domingos. A impressão é feita no mais moderno parque gráfico da América Latina, no Rio de Janeiro. Vieira destaca alguns fatos marcantes das oito décadas do jornal. Entre elas a publicação da primeira telefoto da imprensa brasileira, em 1936. “O jornal também teve uma edição em inglês em homenagem ao rei George VI e à rainha Elizabeth. Lançamos o Bonequinho, símbolo que continua até hoje e é o mais tradicional crítico de cinema do País. Durante a segunda guerra, o veículo lançou O Globo Expedicionário, jornal que circulava entre os pracinhas. Além de informativo, também servia para que os soldados mantivessem contato com a famílias”, comenta. O Globo também foi o primeiro jornal a circular aos domingos no Brasil, em 2 de julho de 1972.
Teresa Levin