Globosat faz 25 anos e se apresenta como maior provedora de conteúdo
O ano era 1991. Em novembro, as Organizações Globo lançaram a Globosat, uma empresa de TV por assinatura que começou com quatro canais: GNT, Top Sport, Multishow e Telecine, com operação de TV por satélite. Em 1993, a Globosat passou a ser responsável somente pela programação dos seus quatro canais e toda a operação de distribuição foi assumida pelo sistema Net Brasil. Cinco anos depois, a empresa se consolidou na liderança do mercado brasileiro de TV por assinatura e adotou a marca Canais Globosat, iniciando também o processo de associação com outros programadores.
O diretor-geral Alberto Pecegueiro: ninguém sabe exatamente o que vai vingar
Hoje, a empresa chega aos 25 anos “com corpinho de 24”, como brinca seu diretor-geral, Alberto Pecegueiro, como a maior provedora de conteúdos audiovisuais do Brasil, 2 mil funcionários, parceria com mais de 100 produtoras para produção de conteúdo e portfolio de 32 canais – sendo 22 com transmissão em HD, oito em PPV, um internacional e oito serviços de conteúdo sob demanda. Para comemorar os 25 anos, entra no ar na internet o canal Globosat 25 anos, com programação especial aberta de trabalhos históricos dos canais GNT, Multishow e SporTV – que entra também no site e aplicativo Globosat Play e poderá ser assistido pelos assinantes Net, Oi e Vivo. “O futuro nos conecta”, diz o logotipo comemorativo da Globosat em comemoração ao aniversário.
Sobre os desafios de ser um player desse segmento nos tempos atuais, Pecegueiro dá uma pista: afirma que, até os anos 1990, planejar o futuro era relativamente simples, pois olhava-se para Estados Unidos e Europa e desenhava-se os dez ou 20 anos seguintes.
“Hoje isso é impossível, porque os grandes players do mercado americano, europeu e asiático não têm a menor noção do que vai ocorrer nos próximos 20 anos. Estão todos igualmente perdidos, fazendo apostas e ninguém sabe exatamente o que vai vingar”, observa Pecegueiro.
Fred Müller, diretor-executivo comercial da Globosat, afirma que a criação de novas plataformas foi o que mais transformou a maneira de trabalhar com o mercado anunciante ao longo dos últimos anos, dando-lhes a possibilidade de criar ações e conteúdo geradores de experiências na TV, no digital e até mesmo em ativações em grandes eventos. A empresa possui uma unidade de desenvolvimento de projetos especiais formada por um time dedicado, que cria projetos em formatos especiais em parceria com canais, agências e anunciantes.
“Para se ter uma ideia da extensão da força da combinação de um conteúdo relevante com o uso da plataforma, em agosto deste ano, a Globosat registrou seu recorde de consumo de vídeos pela internet. Foram mais de 12 milhões de horas assistidas em transmissões ao vivo e consumo de vídeo sob demanda nos sites e aplicativos do Globosat Play, Telecine Play, Combate Play, Premiere Play e também no app SporTV Rio 2016, criado especialmente para os Jogos Olímpicos do Rio. O número de video views também foi recorde: mais de 45 milhões de visualizações ao longo do mês”, diz Müller.
Segundo ele, em termos de cobertura, os canais Globosat atingem todo o território nacional e têm aproximadamente 49,5 milhões de telespectadores, com canais entre os Top 10 de audiência. No Globosat Play, são mais de 10 mil horas de atrações disponibilizadas a cada mês, exibidas pelos canais Telecine, Combate, Premiere, GNT, Multishow, SporTV, Gloob, OFF, Mais Globosat, Canal Brasil, GloboNews, VIVA, Canal Universal, Syfy, Studio Universal, Bis e Megapix. Como disse, é possível assistir aos canais ao vivo (simulcast) e também sob demanda – os principais programas dos canais são disponibilizados em catch-up (logo após sua exibição na TV).
Fred Müller: a criação de novas plataformas foi o que mais transformou a maneira de trabalhar com o mercado anunciante nos últimos anos
“As marcas estão sempre acompanhando os usuários, onde quer que ele esteja, diz Müller. De acordo com ele, todos os gêneros da programação são considerados estratégicos. O desafio, em especial na área comercial, que passa por inúmeras transformações, é atrair um anunciante que quer resultados quantitativos como alcance, audiência, CPM e impressões, quer associar conteúdos relevantes que se conectem e construam relações e interações, quer informações confiáveis e dados, quer atingir seus objetivos em vendas e construção de marcas.
“Os formatos, tecnologias, linguagens, hábitos e necessidades estão em contínuo processo de transformação, mas o conteúdo de qualidade associado a informações essenciais para o negócio sempre será o nosso foco”, diz Müller.
E isso tudo para atender a um telespectador mutante, volátil, um mercado em que há pessoas que querem ver o que desejam, quando desejam, no local que desejam, e outras que ainda esperam por uma experiência mais passiva e querem ser entretidas. Entender os meandros do comportamento do consumidor é uma das grandes missões da Globosat. Para Pecegueiro, a beleza do negócio é oferecer audiência em alguns canais e, ao mesmo tempo, ter capacidade de oferecer conteúdos mais segmentados em outros. “Se o SporTV busca a grande audiência do futebol, o SporTV3 exibe o tênis, que atende a um público exigente, qualificado e valorizadíssimo no mercado publicitário”, comenta.
Os maiores acertos recentes da Globosat são, segundo Pecegueiro, o lançamento do canal Gloob – uma aposta (tardia, segundo aponta) no competitivo mercado infantil que se mostrou bastante acertada – e a cobertura das Olimpíadas, elogiada internacionalmente e comparada à cobertura da NBC. O SportTV ofereceu 100% de cobertura de todas as modalidades em 56 canais na TV e na internet, experiência considerada memorável. “Nos encheu de orgulho”, disse Pecegueiro.
O olhar para o futuro conta com o auxílio luxuoso de 50 profissionais de pesquisa – ou inteligência –, que tentam manter o pulso do mercado e o que vem pelo caminho, segundo explica o executivo. O próximo passo é a constituição de uma unidade de criação de vídeos curtos, responsável pelo projeto multiplataforma do último Prêmio Multishow – que rendeu o melhor resultado de audiência da história do prêmio. “É fácil dizer que o público jovem não assiste televisão linear, mas a televisão linear pode ir a eles. Parafraseando o Milton Nascimento, todo artista tem de ir aonde o povo está”, conclui Pecegueiro.