GNT mergulha no universo feminino e intensifica debates

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Cena de Histórias de Adoção, dirigido por Roberto Berliner, que mostrará como pais de filhos adotivos enfrentaram a situação

Autoridade em assuntos femininos, o GNT – que completa 25 anos – é o único canal por assinatura que se posiciona claramente como um veículo voltado para a audiência feminina no Brasil. Sorte dele. Hoje 75% da sua audiência é composta por mulheres, sendo 71% das classes A/B e 51% com idade entre 18 e 49 anos. Mas, afinal de contas, a mulher é a consumidora mais poderosa?

“Estamos caminhando para um arranjo familiar cada vez mais igualitário e esta mudança do papel da mulher faz toda diferença nos hábitos de consumo. Todos os estudos que o GNT faz apontam para um novo tipo de relação em que direitos e papéis passam a ser ressignificados. E, obviamente, isso impacta também na decisão na hora da compra. Os novos arranjos fazem com que a mulher ganhe poder na hora da compra e aumente a renda dessas famílias”, diz Mariana Novaes, gerente de marketing do canal. Segundo ela, as intensas discussões sobre o aborto, um “novo feminismo” e o “empoderamento” feminino influenciaram bastante a programação do canal, que no ano passado, por exemplo, abraçou a causa da igualdade de gêneros ElesPorElas, da ONU Mulheres. “Este ano vamos nos aprofundar no assunto. Vamos trazer os temas relevantes para a nossa programação e para a nossa comunicação, no geral”, diz Mariana.

A programação é voltada para o “entretenimento com um ganho pessoal”. Diversão com emoção e diversidade de comportamentos, sem muitos rótulos ou regras. “Temos ótimos resultados com os programas que discutem assuntos atuais, ‘quentes’, e relevantes para o cotidiano, como Saia Justa e Papo de Segunda. Culinária também é destaque e, dentro desse tema, oferecemos uma grade de programas diferentes, mas que se complementam”, observa a executiva.

Este mês há seis novidades na programação, entre elas, Histórias de Adoção, dirigido por Roberto Berliner, que às terças-feiras, às 23h, contará histórias de superação de pessoas que decidiram se tornar pais de filhos adotivos. Compulsão, outro programa estreante, é uma série documental de João Jardim que aborda, de maneira aberta e sem tabus, os diversos tipos de dependências, como psicotrópicos, remédios para dormir ou emagrecer. Também às terças-feiras, às 23h30. O Superbonita, uma das mais longevas atrações do canal, entra em nova fase, com 13 episódios gravados na Praia do Forte, na Bahia, falando da beleza a partir dos sentimentos. Muitos anos de vida é outra série que mostrará, às quartas-feiras, às 23h30, como atravessar idades e aprender a envelhecer.

Marianna fala que pesquisa recentemente realizada pela Vox, a pedido do GNT, revelou que a audiência feminina está cada vez mais interessada em consumir conteúdo, seja através de redes colaborativas, na forma de entretenimento ou informações práticas e úteis. “Precisamos acompanhar o público em todas as situações. Temos um site cada vez mais forte, com conteúdo exclusivo, e seguimos investindo no serviço on demand. Crescemos mais de 200% em 2015 em visualizações no GNT Play e mantemos forte a conversa nas nossas redes sociais, ouvindo continuamente o nosso público”, diz Mariana.

O mergulho no universo feminino está cada vez mais profundo: o canal desenvolve estudos que hospeda na página gnt.com.br/estudos e acredita estar contribuindo para diversos debates relevantes na sociedade. A cada ano, um monte de temas entra em cena e o deste ano será as diferenças e semelhanças regionais entre as mulheres e as redes virtuais de colaboração. “Queremos nos aproximar dessas mulheres e fortalecer a marca fora do eixo Rio-São Paulo. Vamos mostrar quais são os pilares da vida das mulheres que alimentam essa atitude colaborativa e como essa atitude se relaciona com o momento de pós-empoderamento das mulheres”, conclui Mariana.

Combate

A luta entre a norte-americana Ronda Rousey e a brasileira Bethe Correia, em agosto de 2015, bateu recorde de audiência no Combate Play – plataforma online do canal Combate, canal de lutas da Globosat. O embate entre as atletas foi assistido por 127 mil pessoas somente na internet. Os números são superiores aos da reestreia de Anderson Silva no UFC, contra Nick Diaz, em janeiro de 2015, e aos da disputa de cinturão entre Vitor Belfort e Chris Weidman, em maio de 2015. Uma pesquisa de 2015, encomendada pelo canal Combate junto ao instituto Quantas, revelou que 35% do público que acompanha as transmissões de lutas no canal é formado por mulheres, o dobro do número apontado em 2005, por exemplo.

As mulheres ampliaram sua importância dentro do Combate e a lutadora Kyra Gracie é a comentarista mais querida pelos telespectadores, segundo pesquisa feita pelo canal. Além de ser a comentarista titular na maioria dos eventos, Kyra também apresenta o programa semanal Revista Combate, ao lado de Rhoodes Lima, e conduz diversos programas do canal, como o recém-lançado Laboratório da Luta.
A repórter Ana Hissa é correspondente do canal há dois anos e é considerada a principal especialista do Combate/SporTV no assunto. Paula Sack também vai pelo mesmo caminho. Um dos nomes mais antigos do canal, Paula atualmente é responsável pela produção de conteúdos para as redes sociais do canal. Daniel Quiroga, afirma que as moças entendem mais de luta que muitos “marmanjos” por aí.
Uma lutadora brasileira será uma das estrelas da próxima edição do The Ultimate Fighter, reality show produzido pelo UFC para buscar novos talentos para o esporte e exibido na TV americana. Claudia Gadelha será uma das treinadoras do programa, junto com a polonesa Joanna Jedrzejczyk, campeã dos pesos-palhas. As gravações já estão sendo realizadas, nos EUA, e o programa vai ao ar a partir de 20 de abril no Fox Sports americano e exibido no Brasil pelo Combate. Essa será a segunda vez em que mulheres comandarão o programa.

“Com a entrada da categoria feminina no UFC, as modalidades de lutas estão cada vez mais presentes nas academias e exercícios de fitness e a própria oferta crescente de lutas na mídia era previsível ou até mesmo natural ter a entrada do público feminino no MMA. Mas a grande surpresa para o Combate foi a velocidade do crescimento desse interesse e o percentual que é hoje a audiência feminina no canal, quase 40%, contra 60% do público masculino, o que é muito bom não só para o Combate, mas para todas as marcas que atuam no segmento de lutas”, diz Quiroga.

Segundo ele, o desafio é ofertar conteúdos e experiências em linha com os desejos desse novo público. Modalidades como o muay thay, filmes e documentários costumam atrair as mulheres. Quiroga também afirma que o canal estuda a interseção entre o fitness feminino e a luta, o que pode representar uma grande oportunidade de negócio.