Gradiente batiza celular como “iphone”

A Gradiente inicia a comercialização de sua nova linha de smartphones no Brasil. Tudo normal, se não fosse pelo nome da família de produtos: Iphone. Apesar do que possa parecer, a empresa não está atuando como revendedora da Apple — que lançou o iPhone em janeiro 2007 —, mas sim terá sua versão própria. Segundo a Gradiente, a marca IPHONE (grafada com todas as letras em caixa alta em sua divulgação, mas todas em minúscula como identidade) é de propriedade da IGB Eletrônica S.A., que controla a empresa, para o mercado brasileiro.

O registro foi realizado em 2 de janeiro 2008 no INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial), um ano após o lançamento global do aparelho idealizado por Steve Jobs. Segundo a empresa, em comunicado, “a Gradiente visualizou, em 2000, que haveria uma revolução tecnológica no mundo dos celulares, com a convergência da transmissão e recepção de voz e de dados, por meio da internet móvel. Naquele mesmo ano, a empresa entrou com pedido de registro da marca IPHONE no INPI”. O direito de exploração da marca seria, pelo contrato, válido até 2018.

O aparelho utiliza sistema Android 2.3, tem funcionalidades 3G, wi-fi, câmera de 5 megapixels e cartão de memória de 2gb. Com design semelhante ao do concorrente americano, ele já está sendo comercializado no site da Gradiente, a preço de R$ 599,00, nas versões branca e preta — outra semelhança com o aparelho da Apple.

Nova investida

Fundada há 48 anos, a Gradiente estava fora do mercado desde 2007. Retornou em maio de 2012, pelas mãos da CBTD (Companhia Brasileira de Tecnologia Digital), responsável pelo arrendamento e gestão da marca. Em sua volta, a empresa anunciou foco em quatro pilares: telefonia móvel, tablets, home entertainment e eletrônica infantil. Na ocasião, foram apresentados 15 produtos para seu retorno às gôndolas, sendo quatro de telefonia — porém, nenhum compatível com as funcionalidades do primeiro produto de sua família Iphone, o Neo One, nem qualquer menção à possível exploração da marca.

Ainda em seu posicionamento, a empresa demonstra que pretende brigar não apenas por manter seu novo produto, frente à provável ofensiva da Apple contra à exploração da marca, mas que também pretende disputar sua utilização exclusiva no Brasil. “A Gradiente está confiante numa grande aceitação da família IPHONE pelos consumidores brasileiros, permitindo que a empresa aumente sua participação nas vendas de smartphones no país. Como a Gradiente, no Brasil, detém o registro de uso exclusivo da marca IPHONE, em telefones e respectivos acessórios, esta companhia adotará todas as medidas utilizadas por empresas de todo o mundo para assegurar a preservação de seus direitos de propriedade intelectual em nosso país”.

Procurada, a Apple não se manifestou sobre a questão até a publicação desta nota.