Gradiente retorna ao mercado
Depois de arrendar a marca em agosto do ano passado, a CBTD (Companhia Brasileira de Tecnologia Digital) anuncia, finalmente, o retorno da Gradiente ao mercado brasileiro – que estava fora de ação desde 2007. Os executivos que estão à frente da operação apresentaram nesta terça-feira (16) o planejamento para a presença da marca até o fim do ano, baseado em quatro divisões de produtos: telefonia móvel, tablets, home entertainment e eletrônica infantil.
“A Gradiente sempre foi marcada por quesitos como inovação e tecnologia, mas tem como grande diferencial é a brasilidade e o carinho que a marca gera por parte do público”, ressaltou Fabio Vianna, ceo da CBTD. Para manter e reforçar tal postura, a empresa, apesar de equipe enxuta, procurou garantir a presença de antigos profissionais que fizeram parte da história da empresa. “Uma de nossas preocupações foi buscar no mercado pessoas que trabalharam na engenharia e no design da empresa anteriormente. O responsável pela nova versão do Meu Primeiro Gradiente Karaokê, por exemplo, foi o mesmo que desenhou o original nos anos 80”, acrescentou.
Até o final do ano, a Gradiente deve colocar 15 produtos no mercado, sendo quatro de telefonia, cinco de home entertainment, dois tablets e quatro na linha de eletrônicos infantis. “Não pretendemos ter um enorme portfólio ou trabalhar com volume, mas ter produtos que apresentem funcionalidades diferenciadas ou um avanço sobre aquilo que já existe no mercado”, explicou o ceo. Nessa linha, um dos celulares é o Safe Phone, voltado ao público idoso, com poucas inovações tecnológicas, mas carcterísticas voltadas ao target, como teclas grandes e visíveis, fácil sistema de recarregamento e até um “botão de pânico”, que informa localização e avisa números pré-cadastrados sobre possíveis urgências em um simples toque.
A empresa também apresentou o OZ Meu Primeiro Gradiente, tablet voltado ao público infantil com mais de 15 aplicativos já instalados e controle dos pais para navegação. Integram ainda a lista de lançamentos o OZ Black, tablet voltado ao público em geral; dois blu-ray players, sendo um 3D; dois celulares com sistema touch screen e dual chip; fones de ouvido com microfone móvel; e o Linkbox, equipamento que leva aplicativos e funcionalidades web para a TV – além de uma linha de televisores full HD, ainda a ser apresentada. “Lançaremos produtos de valor agregado baixo ao mais alto. Nosso objetivo é atingir desde a classe média à média alta, com opções interessantes para ambas”, sintetizou Eduardo Toni, diretor de marketing da CBTD.
Um diferencial da marca para seu retorno é a forte presença independente no e-commerce – inclusive com uma diretoria específica, comandada por Adriano Lopes. “Temos uma plataforma própria, que já está no ar com dois produtos e deve oferecer até o fim do ano a linha toda. Por outro lado, também estamos em conversas avançadas com diversas redes varejistas, dando preferência às especializadas. Pretendemos que, ao final do processo, nosso faturamento venha 50% do e-commerce e 50% do varejo”, planeja Vianna.
Outra característica bem própria da nova Gradiente é seu foco em rentabilidade. “Não temos nossas metas baseadas em market share, já que não é ele que paga os salários. Temos toda a estratégia definida com base na rentabilidade. É pensando nela que vamos atuar”, reforçou o ceo. A CTBC funciona é dividida entre o FIP (Fundo de Investimentos em Participações) Enseada, que tem como cotistas as empresas Petros (Fundação Petrobras de Seguridade Social), Funcef (Fundação dos Economiários Federais), Afeam (Agência e Fomento do Estado do Amazonas) e Jabil do Brasil, a qual detém 60% do negócio; e a HAG (Holding dos Acionistas da Gradiente), com os 40% restantes. Todas as decisões estratégicas de negócio são definidas, de comum acordo, por um conselho formado por cinco profissionais, provenientes das partes acionárias envolvidas. Com o mesmo viés, a empresa pode, inclusive, realizar o mesmo trabalho que se dedica a fazer com Gradiente para outras marcas no futuro. “Não há nada planejado, mas, por não estarmos presos a qualquer exclusividade com a Gradiente, podemos assumir outras marcas, de acordo com a oportunidade e possível rentabilidade”, complementou Vianna.
Na mídia
Para marcar seu retorno ao mercado, a Gradiente prepara uma estratégia de comunicação dividida em dois períodos. O primeiro, já iniciado, é baseado no ambiente online, desde mídia a presença e ações nas redes sociais. Já o segundo, após a consolidação da presença dos produtos da marca ao alcance dos consumidores, deve se dar nas mídias tradicionais, já com maior volume. “Inicialmente, o foco principal será o digital. Porém, quando o lançamento e distribuição dos produtos estiver em estágio avançado, assim como a oferta no e-commerce, vamos para a mídia de massa com certeza. As peças que vão para os portais já estão prontas e o restante da campanha está em desenvolvimento”, afirmou Toni. A comunicação publicitária da Gradiente está a cargo da NBS.