Grafites transformam calçadas em muros para promover acessibilidade
De acordo com o último censo demográfico publicado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 2010, mais de 45 milhões de pessoas declararam ter ao menos um tipo de deficiência, e enfrentam diversos problemas relacionados a acessibilidade e mobilidade.
Ainda segundo o mesmo estudo, em São Paulo, por exemplo, que é a maior metrópole do país, apenas 9% das calçadas possuíam rampas até aquele ano. Para dar visibilidade a essas questões, a agência Z+ desenvolveu para a ONG Movimento SuperAção o projeto “Sem Rampa, Calçada é Muro”.
A iniciativa reuniu nomes do grafite para levar suas obras a meios-fios de bairros de São Paulo. Participaram da ação os artistas Apolo Torres, Bruno Mazola, Clara Leff, Chivitz, Dinas Miguel, Feik, Felipe Palacio, Ignoto, Mazola Marcnou, Minhau, Negritoo, Ojos Blancos, Tarik e Tito Ferrara. Confira:
Após sua implantação, o projeto está sendo replicado ainda no Rio de Janeiro e Recife. “A ideia nasce da premissa de que para o cadeirante uma calçada é um muro. E, se é um muro, cabe um grafite. Dessa forma, não estamos somente chamando atenção para o problema como também mapeando os pontos que precisam ser adaptados para garantir acessibilidade a todos”, explica Alexandre Vilela (Xã), CCO da Z+.
“Num mundo onde há uma infinidade de informações para chamar a nossa atenção, o projeto direciona a atenção do cidadão, de forma lúdica e artística, para um importante ponto que é a acessibilidade arquitetônica da cidade. A arte é uma das mais belas fontes de contato entre o ser humano e ele mesmo. Estamos fomentando a inclusão de uma forma que só a arte é capaz. Precisamos acessar a emoção dos cidadãos, pois só a razão não tem sido suficiente”, acredita Billy Saga, presidente da Movimento SuperAção.
A ação conta ainda com um perfil no Instagram, o @ calcadaemuro, que divulga todos os grafites já realizados e suas localizações.
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