Gramado Summit prevê expansão internacional para a edição de 2020

Heini Zachariassen, fundador do app Vivino, apresentou o tema Transformação de algo tradicional em  um hábito digital

Reunindo aproximadamente quatro mil pessoas por dia, a Gramado Summit 2019 terminou na última sexta-feira (2). A terceira edição do evento contou com mais de 120 palestrantes e cerca de 100 expositores.

No primeiro dia, nomes como Lisiane Lemos, under 30 pela Forbes; Everaldo Coelho, ex-designer na Apple; Guto Ferreira, presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI); Daniel Randon, presidente da Randon; e a atração internacional Heini Zachariassen, fundador do app Vivino, subiram ao palco.

O empreendedor dinamarquês do Vale do Silício, na Califórnia, foi uma das grandes atrações. Com o tema Transformação de algo tradicional em um hábito digital, Zachariassen falou sobre o case de sucesso da Vivino. “Para gerar disrupção é necessário um trabalho duro. Não há milagre”, iniciou. “Nosso mindset trabalha com a filosofia de que o produto deve ser viável. Você nunca sabe o que os usuários desejam até colocar na frente deles. É preciso ver se o consumidor quer e, a partir disso, acoplar o produto”, destacou.

Para o empresário, “a velocidade é o ativo mais importante de uma startup. Crie rápido, mude rápido, aprenda rápido, fracasse rápido”.

No segundo dia palestraram nomes como Amure Pinho, da Associação Brasileira de Startups; Nelson Leoni, da Unicef; Tito Gusmão, da Warren; e Mauricio Cid, criador do blog Não Salvo. Outro destaque do segundo dia de evento foi a final da Batalha de Startups, realizada em parceria com a Superjobs Venture. A startup campeã é a Elyment, de Caxias do Sul, que trabalha com biotecnologia. A vencedora receberá um aporte financeiro de até R$ 350 mil.

“Para mim, tem sido muito gratificante. Sou um cara que tento não criar muita expectativa, ser realista, pé no chão. Mas nessa Gramado Summit a gente superou todas as expectativas”, diz Marcus Rossi, CEO do evento. Segundo o executivo, a plenária principal ficou lotada todos os dias. “A feira de negócios funcionou muito bem”, ressalta, citando o sucesso de estandes como o da empresa Neon. “Eles disseram que foi uma das melhores feiras em questão de resultado. Superou todas as expectativas”, comenta.

Para Rossi, a feira demonstra que é possível fortalecer o universo dos negócios fora do eixo Rio-São Paulo. “Eu acredito que o Brasil é muito grande para ter uma concentração de negócios numa região. Bate-papos sobre inovação, indústria 4.0 e nova economia não podem ser exclusivos de grandes capitais. Toda cidade pode se reinventar, reinventar sua matriz econômica. Temos de incentivar que eventos como a Gramado Summit ocorram em destinos não óbvios. Falei com duas pessoas de Feira de Santana, na Bahia, e adoraria fazer um evento desses por lá”, comenta.

A feira, que ocorre “praticamente” 100% por causa do digital, já tem data para 2020: 5 a 7 de agosto. “Teremos presença maior de países expondo no evento, maior número de palestrantes internacionais e devemos crescer em número de palcos”, destaca Rossi. Para o CEO, a feira é a realização de um “sonho que começou lá em 2017”. “Imaginava que chegaríamos nesse patamar em cinco anos e descobri que em três já foi possível”, comemora. O executivo reitera que o papel fundamental da Gramado Summit é incentivar cada vez mais o empreendedorismo de base, estimulando o fomento da educação para gerar oportunidades para todos.