Cachoeira gráfica que estampa mensagens ou mapping – a técnica de projeção em que se pode exibir imagens ao ar livre – são alguns dos projetos da Grape Exclusive Marketing. A agência está lançando um produto no qual um laser e um complexo sistema ótico transforma superfícies de 50 metros de largura e 5 metros de altura em uma tela multitouch.
Lançada há três anos pelo engenheiro e doublé de empresário Ricardo Assumpção como empresa de soluções alternativas de marketing explora novos meios, já que em sua visão, a web esgotou o arsenal de inovação, “mas permite exploração criativa”.
Assumpção, que atuou no mercado financeiro e na AmBev, diz que a Cachoeira Gráfica (veja aqui) foi feita para a Sabesp e a técnica usada foi similar à usada pela equipe de Washington Olivetto no comercial para Grendene com base na máquina desenvolvida pelo alemão Julius Popp. “Imagine no mundo da Internet superveloz, você utilizar como painel, para escrever suas mensagens, um elemento milenar, como a água”, sugere Assumpção, que acrescenta: “Trata-se um produto de mídia Premium, de alta tecnologia exclusiva e 100% sustentável”. Confiram os principais trechos da entrevista concedida por Assumpção:
Qual a tecnologia de anúncios a Grape apresentou recentemente e quais os diferenciais na comunicação dos anunciantes?
– Apresentamos os gadgets à base de toque. O consumidor aprendeu a utilizar de forma intuitiva smatphones e tablets com touchscreen. Esta é uma tecnologia que encanta e desperta o interesse de quem usa. Esta novidade que trouxemos permite que os anunciantes mostrem seus ativos e produtos de uma maneira, fácil, inovadora e que atrairá a atenção de todos que interagirem com ela. O produto permite diversas pessoas ao mesmo tempo interagindo com a tela. Transformamos um videowall em parede touchscreen, onde os participantes do fórum de Sustentabilidade em Manaus puderam visualizar fotos e vídeos de produtos e serviços ligados a soluções ambientais e sustentabilidade.
Como esse tipo de oferta de mídia pode atrair marcas, produtos e serviços?
– Cada vez mais o consumidor está saturado dos inputs que recebe em ações promocionais, ponto de venda e feiras de negócios. A consequência disso é a baixa absorção da mensagem que o anunciante quer passar, seja para a marca, produto ou serviço. Produtos inovadores e interativos fazem que o resultado alcançado seja muito melhor. O mercado pede isso.
Qual é a essência mercadológica da Grape? Como a agência se posiciona como produto?
– A Grape nasceu para desenvolver soluções inovadoras na área de serviços de marketing. Nosso diferencial sempre foi o planejamento. Hoje temos uma área de consultoria onde ajudamos as empresas a entenderem para onde este mercado caminha, e uma área de operações, que trabalha para desenvolver e implanta cada um de nossos projetos. Atualmente temos em nossa equipe arquitetos, musicólogos e ate um biólogo. Para agrupar os produtos de tecnologia e interatividade, criamos uma empresa chamada TouchID. Desta forma, conseguimos manter o foco como agencia e também tornar-se especialista em interatividade de relacionamento.
Quais os planos da Grape?
– Crescer de forma sólida e sustentável e criar empresas complementares a nossa cadeia. Para se ter uma ideia, recentemente participamos de uma conversa com pessoas envolvidas na organização da Copa do Mundo de 2014, a demanda por interatividade será tão grande que se não nos prepararmos desde já não estaremos bem estruturados até lá.
Ela é concorrente das agências tradicionais?
– Parte dos serviços que a Grape presta concorre com as agências de publicidade. Porém na área de novas mídias entendemos que somos parceiros.
Como é o case Sabesp?
– É um trabalho integrado e de logo prazo que realizamos em parceria. Um dos projetos mais relevantes é a Estação do Conhecimento Sabesp. O projeto foi pioneiro na adoção e revitalização de um espaço público. A Sabesp tinha a necessidade de mostrar para o grande público que era muito mais do que uma empresa de água e esgoto, mas uma empresa de soluções ambientais. Utilizamos a estação Pinheiros da CPMT e criamos um verdadeiro museu. Para isso, foi formado um time multidisciplinar envolvendo engenheiros, ambientalistas e arquitetos. Foram criadas diversas atividades entre elas um ambiente reproduzindo a bacia do Tietê na altura da cidade de Barra Bonita. O ponto alto é uma sala interativa onde o piso e as paredes reagem ao movimento e o visitante pode ajudar a “despoluir” os mananciais de São Paulo. É uma ferramenta lúdica que faz grande sucesso com crianças e adultos por ser extremamente simples de se usar. Simplicidade é uma premissa básica quando se trata de projeto utilizando-se de novas mídias.
Qual a técnica utilizada?
– Nesta sala interativa temos ferramentas de ótica e infravermelho, que combinados com projeção nas paredes e piso resultam em um efeito e uma experiência espetacular.
Tem mapping? A técnica chegou para ficar?
– O mapping veio para ficar. É uma tecnologia relativamente nova e seu uso vem aumentando ano após ano. No entanto o que vamos ver é o profissionalismo deste tipo de ação. Hoje o mercado sabe o que funciona bem e encanta o publico. Porém ainda é uma solução cara e por isso restrita para um pequeno grupo de empresas. Paralelo a isso o que vem acontecendo é uma evolução deste modelo, que é o mapping interativo, onde a audiência interage com a apresentação. E assim o mapping pode ser utilizado também no ambiente indoor. O próximo passo é que através do mapping as empresas poderão fazer a gestão do fluxo de pessoas de determinado local, fazendo inclusive disparos de mensagens em suporte digital de acordo com o posicionamento das pessoas em um evento, por exemplo.
Onde as projeções podem ser feitas? Apenas em grandes espaços?
– Não, atualmente o mapping migrou para espaços fechados e pequenos também. Grandes empresas já realizam projetos para apresentar produtos ou soluções. Como exemplo, podemos citar maquetes interativas funcionando em conjunto com realidade aumentada.
Quais elementos são necessários para propor inovação nesses tempos de tanta oferta de mídia?
– Antes de tudo é necessário que a empresa esteja vivendo o que chamamos de convergência digital, para que as novas ações possam ser integradas aos projetos já existentes e assim tenham um resultado diferenciado e numericamente mais rentável. Falando em rentabilidade, nossas ações têm ferramentas de métricas que nos permitem estimar o resultado que será alcançado. As empresas precisam também ter visão, entender como a interatividade funciona e estarem abertas a novas experiências de branding.
Por Paulo Macedo