Grey Brasil tem cultura open space e trabalha no modelo brand table

Logo no começo, o tour pela Grey Brasil tem um momento decisivo: a chegada ao fim da área social e começo da área de staff, o coração da agência. Desse momento em diante, pela confidencialidade de dados e intensidade de trabalho, somente colaboradores e pessoas acompanhadas podem entrar.

Marcia Esteves, CEO e presidente da agência, e Elise Passamani, VP de operações, apresentam um pouco do dia a dia da Grey Brasil e do foco nas pessoas dentro e fora de casa (Fotos: Alê Oliveira)

O posicionamento Propaganda que é muito mais que propaganda, que coloca a agência mais como agente transformador e conector, pode ser visto em todo o trajeto, seja em materiais gráficos ou na organização de espaço e pessoas. “Nosso mantra, nossa cultura, tudo é feito a centenas de mãos. Falamos com todo mundo, fazemos com todo mundo. Nossa cultura evoluiu, mas é uma florzinha que tem de regar todos os dias. Tudo é feito por eles e para eles”, explica Marcia Esteves, CEO e presidente da agência, que tem atualmente cerca de 200 pessoas.

Ao lado dela, Elise Passamani, VP de operações, apresenta o espaço em que fica a maior parte dos colaboradores. Com poucas salas fechadas, a agência tem o padrão de open space. As salas das lideranças ficam lado a lado entre elas, bem próximas do RH, do financeiro e das equipes. “Está todo mundo sempre vendo o que está acontecendo. É um espaço muito mais colaborativo, acabam sendo salas de reunião, estamos perto”, explica Elise. “E RH e financeiro estão grudados em nós, não são áreas de backoffice, mas de front e estratégicos. Não é ponta, é início. Não é só para fazer entrevista, mas para acompanhar todo o processo de cultura”, acrescenta Marcia.

Grey trabalha no modelo brand table, com as especialidades sentando juntas por cliente

Cliente no centro
Os times trabalham no modelo brand table, com as especialidades por marca ou grupo de marcas atendidas, como Gillette, Pantene, Devassa e XP, sentando juntas: negócios, planejamento, business inteligence, mídia e, mais recentemente, criação. “Muita gente tentou fazer esse modelo, mas a criação ficou apartada porque esse é o mindset do mercado. Há um ano a gente conseguiu quebrar esse modelo. Eles precisam pensar no negócio e não apenas na criatividade”.

Times também costumam usar área ao ar livre, que tem mesas e bancos

Outro ponto é que a agência não fala mais de áreas, mas de marcas, criatividade, ideias e ir além dos 30 segundos, sempre tendo o cliente no centro de tudo. “Não é só o atendimento o responsável por trazer a informação do cliente. Não tem problema se for a criação ou a mídia. A gente ganha a agilidade e integração, tira a burocracia, o cliente conhece todo mundo. É um time pensando nele, com as áreas necessárias para ele, não cada um cuidando de um pedaço. Levamos dois anos para colocar isso de pé”, conta Marcia.

No cuidado com as pessoas, a agência tem alguns locais e iniciativas, como um espaço de descompressão. O local fica ao lado das brand tables, e oferece tranquilidade para deitar, ler, descansar ou ficar em meio ao silêncio. Para garantir o momento off, a sala não tem paredes transparentes. O uso é livre para os times a qualquer momento do trabalho.

Pluralidade e diversidade
Dentro do projeto de inclusão, colaboração e igualdade, feito com parcerias como com a Faculdade Zumbi dos Palmares, a agência também tem um programa de mentores com lideranças. “A ideia é que eles se sintam acolhidos e não ‘apenas’ incluídos. São coisas diferentes. Foram seis pessoas, depois mais duas, e fechamos recentemente uma parceria com o Instituto Proa e temos nosso primeiro estagiário Proa”, conta Elise.

Para oferecer desenvolvimento e vivência do negócio da agência, elas foram inseridas em áreas como atendimento, mídia e planejamento. A Grey estuda os próximos passos para expandir a inclusão, passando por pontos como autismo, surdez e sêniors, por exemplo.

Outra ação que tem crescido é buscar profissionais fora do eixo Rio-São Paulo, como as regiões Sul, Centro-Oeste, Nordeste, Norte e interior. O objetivo é conhecer mais sobre o país e ter a mistura plural e multicultural na agência.

Espaço mais aberto recebe workshops, palestras e happy hour com karaokê e DJ; também há pequenas salas abertas

A partir desse conjunto de ações e outras que estão sendo aprimoradas e desenvolvidas, as executivas reforçam a importância da cultura para a Grey. “Cultura não é top down. Se não tiver o envolvimento de todo mundo, não funciona. As pessoas precisam estar engajadas e envolvidas, e acreditar no propósito e na visão para acontecer”, diz Elise. “O processo de cultura é muito profundo para nós”, completa Marcia.

Olhar mais especializado
A agência também tem unidades de negócios com especialidades como a Grey Human, com foco em healthcare, mas que por enquanto está na zona oeste de São Paulo.

Já no mesmo endereço da sede da agência fica a Townhouse, que visa agilidade e eficiência de produção de conteúdo para atender às necessidades de suas marcas. Com uma equipe especializada e estúdio próprio, a Townhouse tem possibilidade de definir formatos e fazer entregas ágeis para os clientes.

Outra unidade é dedicada a atender demandas que precisam ir além de dados demográficos, que já não são mais suficientes para a identificação de clusters.

A novidade reflete o crescimento dos mercados regionais, do lançamento e/ou direcionamento de produtos para mercados específicos. Para ter pesquisas com olhar mais local, que absorva cultura e comportamento, nasceu a Grey Consulting, que já beneficiou clientes como Devassa, que tem forte penetração nas regiões Norte e Nordeste. “Temos de aprender como é em cada lugar. Buscamos entender comportamento para ter uma comunicação ainda mais assertiva”, diz Marcia.

RAIO X
Agência: Grey
Ano de fundação: 1973
Lideranças: Marcia Esteves (CEO e presidente), Adriano Matos (CCO), Elise Passamani (VP de operações), Fabio Tachibana (VP de mídia), Marcela Borges (CFO), Maria Piraja (VP de negócios), Raquel Messias (VP de estratégia), Erica Nakamura (head de B.I. e conteúdo), Rodrigo Tortima (diretor-executivo de criação)
Principais clientes: P&G: Pantene, Gillette, Gillette Venus e Downy; XP Investimentos; GSK: Eno, Sonrisal, Corega, Sensodyne e Cataflam Pro; Devassa; Volvo; RecargaPay; Itambé; Record; Reclame Aqui; TNZ; Grecin e ABA