Grupo ABC integra Interbrand à área B no início de 2009

Guga Valente

A operação brasileira da Interbrand, empresa com expertise em Design e Pesquisa de Reputação de Marca, é a novidade da área B (Branding Services Agencies Group) do Grupo ABC para o início de 2009. O ABC formalizou a compra da empresa da holding Omnicom no Brasil, em parceria com a rede DDB, há cerca de quatro meses.

A Interbrand será a 8ª empresa do portfólio do Grupo B cujo principal executivo é Bazinho Ferraz. O Grupo B já tem a bFerraz (marketing promocional), Hello (marketing interativo digital), Mondo + Evenpro (marketing de entretenimento), New Style (trade marketing), Tudo (eventos e conteúdos), Reunion (marketing esportivo) e a Sunset (marketing direto).

O Grupo ABC, que une os empresários Nizan Guanaes, João Augusto Valente, o Guga, e o Gávea Investimentos, vai encerrar o ano de 2008 com receita de R$ 480 milhões, 23% superior ao volume do ano passado, quando o movimento foi de R$ 370 milhões. Caso a receita de R$ 95 milhões das operações da Mondo + Evenpro (negócio anunciado nesta terça-feira) fossem contabilizadas este ano,  o que só será possível no balanço de 2009, o valor chegaria a R$ 565 milhões. Confira entrevista com Guga Valente:

Quais os planos do ABC para Interbrand? E em qual área a empresa vai ser integrada?
Ela vai para o B. Vamos divulgar oficialmente o negócio no início de 2009. Eles trabalham com design e brand valuation. O posicionamento, porém, será idêntico ao que a Interbrand mantém no mercado internacional.

Por que o Omnicom tomou a decisão de vender parte da operação para o ABC? Há planos de mudar a identidade de marca?
Há uma sinergia e afinidade muito grande com as respectivas carteiras de clientes. Não há de jeito nenhum intenção de mudar a marca.

A holding ABC está fazendo um trabalho de branding?
Estamos desenvolvendo internamente um trabalho de cultura empresarial, algo comum nos grandes conglomerados A grande dificuldade é a implementação de uma cultura corporativa quando se adquire uma série de empresas, como é o caso do ABC, que têm seu próprio DNA normalmente associado à personalidade do controlador. Quando essa empresa chega a uma grande corporação há um choque cultural natural que é amenizado pelas sinergias que justificaram a união. Com essas similaridades identificadas, começa-se a enfrentar os princípios únicos. O ABC é um guarda-chuva sob o qual estão uma série de empresas e a missão da holding é promover a interação entre as empresas para que, principalmente, adquiram uma cultura única. Já realizamos um grande seminário em março deste ano com todas as empresas do grupo para incentivar essa busca. Não há uma data estabelecida, mas vamos realizar outro evento do gênero em 2009. Nesse encontro discutimos os valores do ABC, qualidade de entrega dos produtos, ética, honestidade, espírito de equipe e a missão da empresa, por exemplo. A idéia não é interferir na gestão individual, mas estabelecer uma missão comum.

A Interbrand trabalha nesse projeto?
Não. A Interbrand é mais uma empresa do grupo ABC. Adquirimos seu controle no Brasil em sociedade com a DDB que é sócia do ABC na DM9. A Interbrand é mais uma ferramenta de marketing, pois o ABC quer ser uma empresa de comunicação completa no Brasil e na América Latina. É uma associação só no Brasil com a DDB. Nos demais países a holding Omnicom mantém o controle da Interbrand.

Quem orienta o ABC nesse trabalho de fomento de cultura única?
O professor Vicente Falconi é o líder desse trabalho de difusão de cultura. Ele trabalha conosco há cerca de dois anos. Não é uma consultoria na qual se dá palpite e o orientador nunca mais volta. Ele não só recomenda como discute e implementa os processos aprovados. Quatro pessoas da INDG (Instituto de Desenvolvimento Gerencial), empresa do professor Falconi, trabalham em regime full time no ABC.

Qual o crescimento das receitas do ABC em 2008 em relação a 2007?
É de cerca de 23%. No ano passado a receita foi de R$ 370 milhões e este ano chegará a 480 milhões. Se acrescêssemos os R$ 95 milhões de receita da nova Mondo + Evenpro, que só será contabilizada em 2009, chegaríamos aos R$ 565 mihões.

O acordo com o Omnicom para o ABC ser majoritário na DM9DDB já está fechado?
As negociações não estão interrompidas, mas neste momento não há nenhuma evolução; o processo está bem guardado na geladeira. Nossa prioridade é o desenvolvimento das áreas B e C.

por Paulo Macedo