O Grupo Schincariol anunciou na tarde desta quarta-feira (21) a compra, junto a Ambev, da Cintra. O negócio foi fechado por R$ 39 milhões (R$ 16,6 milhões na marca e R$ 22,4 milhões nos ativos) e envolve, além das marcas, as fórmulas, a rede de distribuição e os materiais de pontos de venda. Com o acordo, a Schincariol, que tem verba para investimentos na ordem de R$ 1 bilhão até o final do ano, soma ao seu portfólio mais 21 marcas, entre cerveja, refrigerante e água.

Em março de 2007, a Ambev negociou com a Goldensand Comércio e Serviços, controladora da cervejaria brasileira, de origem portuguesa, a aquisição das fábricas em Piraí (RJ) e em Mogi Mirim (SP), com o objetivo de ampliar a produção de H2OH!. Na época, a Ambev se comprometeu a mater a marca Cintra e a produção de seu portfólio.

Essa foi a quinta aquisição da Schincariol entre marcas de cerveja desde o ano passado, quando a companhia investiu R$ 600 milhões só neste tipo de negócio. A empresa paulista já havia negociado com Baden Baden, Nobel, Devassa e Eisenbahn. Com a Cintra, a empresa amplia sua participação no mercado cervejeiro nacional, passando de 12,1% para 12,9%.  “A aquisição visa tornar mais expressiva nossa presença no mercado nacional e toda a produção do portfólio da Cintra passa a ser feita nas nossas fábricas”, disse José Augusto Schincariol, membro do Conselho de Administração do Grupo Schincariol.

A idéia é produzir a cerveja na fábrica do Rio de Janeiro, onde a Cintra tem seu maior market share, 5% do mercado. “Inicialmente a produção será na fábrica de Cachoeiras de Macacu, pois a principal praça de comercialização da Cintra é no Rio. Pretendemos consolidar a marca onde ela já está presente, como em São paulo, Espírito Santo e Minas Gerais, por exemplo, e depois expandir para onde a Schincariol é mais forte, como Norte e Nordeste”, comentou Marcel Sacco, diretor de marketing e trademarketing da Schincariol.

A partir de agora, a Schincariol passa a ter um market share de 6,5% no mercado carioca (5% referentes à Cintra e 1,5% com Nova Schin). “Nosso objetivo é ser uma das maiores produtoras de bebidas do País e fazer aquisições é uma das formas de crescer no mercado de cervejas. Não é a única, mas é uma delas. Temos de aliar aí as vendas, estratégias de distribuição, comunicação, ou seja, é um conjunto de atividades”, disse Sacco.

Segundo o diretor de marketing, a empresa materá a estratégia de comunicação utilizada até então pela Cinta. “Está tudo muito recente, manteremos a forma de comunicação usada até então pela Cintra, mas pensaremos em novas formas para divulgar a marca”.

Atualmente, as 14 fábricas que o grupo possui produzem quatro bilhões de litros de bebidas entre sucos, águas, cervejas e refrigerantes. Segundo dados da Nielsen do mês de março, com seu market share, A Schincariol ocupava o segundo lugar no segmento cerveja em todo o País. Ficando atrás apenas da Ambev, com 67% e à frente da Cervejaria Petrópolis (8,8%) e Femsa (8,3%).  

O negócio ainda depende da aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

Claudia Pereira