Gucci e Adidas retiram produtos do mercado após acusações de racismo
Polêmicas em pleno Mês da História Negra
É o Mês da História Negra nos Estados Unidos. O período lembra a luta pelos direitos da população negra na América do Norte. A Adidas decidiu comemorar com um novo tênis, mas o lançamento não deu muito certo. Já a grife Gucci precisou tirar um suéter do mercado. A peça foi acusada de ser uma referência ao “black face”.
A Adidas lançou um calçado totalmente branco que faz parte de uma linha intitulada Ultraboost Uncaged. A palavra “uncaged”, no contexto da história afro-americana, não pegou bem. A tradução (algo como “livre da jaula”) ganhou um significado obscuro, ligado à escravidão, já que o produto foi lançado especialmente para o Black History Month.
“Há certas coisas na vida que não fazem sentido algum e provavelmente nunca farão… Adidas comemorando o Mês da História Negra com este tênis é um exemplo”.
There are certain things in life that make no sense whatsoever and prob never will… Adidas celebrating black history month with this shoe is one example pic.twitter.com/HI5198i4gV
— John John (@JohnJohnVlogs_) February 3, 2019
A Adidas divulgou um comunicado dizendo que o Ultraboost Uncaged estava entre vários outros projetos criados para o Mês da História Negra, todos inspirados no Harlem Renaissance (um movimento cultural da década de 1920). “Em relação aos últimos estágios do processo de design, adicionamos um tênis de corrida à coleção que mais tarde sentimos não refletir o espírito ou a filosofia de como a Adidas acredita que devemos reconhecer e honrar o Mês da História Negra”, diz o comunicado. “Após uma análise cuidadosa, decidimos retirar o produto da coleção.”
Já a peça da Gucci foi acusada de “black face”, uma prática teatral criada no início do século XX quando atores brancos se coloriam com carvão de cortiça para representar personagens afro-americanos de forma depreciativa.
“Me recuso a acreditar que ninguém na Gucci percebeu que isso criaria uma tempestade racial envolvendo o ‘black face'”
I refuse to believe NOBODY at @gucci realised this would create a ‘black face’ racial firestorm….
…unless every member of their staff is a complete halfwit….
..which leads me to suspect they did it deliberately…
…which, if true, makes Gucci despicably cynical. pic.twitter.com/0paM2wgM7G— Piers Morgan (@piersmorgan) February 7, 2019
A balaclava da marca italiana foi retirada do mercado. Em comunicado, a marca do grupo Kering se desculpou e classificou a diversidade como um “valor fundamental” a ser defendido.
Gucci deeply apologizes for the offense caused by the wool balaclava jumper.
We consider diversity to be a fundamental value to be fully upheld, respected, and at the forefront of every decision we make.
Full statement below. pic.twitter.com/P2iXL9uOhs— gucci (@gucci) February 7, 2019