Hands reúne CMOs brasileiros para debate na SP House, em Austin
Paralelamente às conferências do SXSW, agência realiza o TakeOff com a participação de executivos de marketing para discutir as tendências do festival
O primeiro dia do TakeOff, evento promovido pela Hands Ag em Austin, reuniu neste domingo (9) quatro CMOs brasileiros para falar sobre as tendências e os conteúdos apresentados nas conferências do SXSW (South by Southwest), maior evento inovação global, que ocorre até o próximo dia 15. Em comum, eles destacaram que, ao contrário dos últimos anos, o festival está focando menos em IA (inteligência artificial) e ressaltando mais o poder das conexões humanas, a importância do convívio físico e como a tecnologia pode ser usada em favor disso.
“É muito interessante a experiência no SXSW. Nas primeiras 24 horas, fico fritando as tendências para conectar com o negócio e gerar valor. Tudo que envolve IA e sofisticação para trazer menos fricção para o consumidor é muito interessante para a OLX, mas todas as palestras que vi até agora falam da profunda transformação provocada pela tecnologia, mas também sobre a solidão e o isolamento que ela traz. O desafio é quebrar essa barreira. É uma discussão potente”, frisou Florence Scappini, CMO da OLX Brasil.
Rodrigo Montesano, head of brand experience & sponsorships do Itaú, lembrou que as pessoas saem do SXSW com mais perguntas do que respostas. “Eu acho isso fabuloso. Estou ansioso pelos próximos dias. Com certeza, duas pessoas não vão ter a mesma experiência no evento”, disse ele. “O humano voltou a ter protagonismo, depois das últimas edições do festival em que as discussões giravam em torno sobre o medo que a IA trazia”, ressaltou o executivo do Itaú, patrocinador do SXSW 2025, que está oferecendo serviço gratuito de tradução das palestras para o português e o espanhol.
CMO da Braskem, Ana Laura Sivieri acompanhou o raciocínio, destacando que as mudanças estão tão aceleradas que até os futuristas como Amy Webb, que palestrou neste sábado (8), estão com dificuldades para projetar o futuro. “Essa é a primeira vez que vejo eles falando sobre a dificuldade de traçar o futuro. Também vi uma palestra sobre incerteza, em que a palestrante fazia uma provocação, dizendo que incerteza é o conhecimento em movimento, é o que faz você trazer soluções”, pontou a executiva.
Trazendo uma visão concreta sobre essa demanda por experiências ao ar livre, Samuel Lloyld, diretor comercial da Urbia, administradora de parques como o Ibirapuera, ressaltou ainda que ficou muito latente o tom deste ano do festival para a questão da problemática geopolítica no mundo. Mas, assim como os outros CMOs, ele também destacou a tônica sobre como criar comunidades no mundo real.
“Isso tem muito a ver com o Ibirapuera, de como estimular a criação de comunidades que estão buscando experiências ao ar livre. E a Urbia quer liderar esse movimento social no Brasil”.
O TakeOff será realizado também na próxima segunda (10) e terça (11), na SP House, instalada em frente ao Austin Convention Center, onde ocorrerem as principais palestras do SXSW. Depois de compilar as tendências, a Hands vai levar o evento para São Paulo em 27 de março, quando apresentará as 10 diretrizes estratégicas mais importantes observadas no festival de inovação. “O humano está muito mais presente nesta edição do SXSW”, reforçou Marcelo Lenhard, CEO da Hands, que mediou o painel.