Harper’s Bazaar planeja expansão no mercado brasileiro
Quatro meses após a primeira edição da Harper’s Bazaar ser publicada no Brasil, a Carta Editorial quer fortalecer a presença da revista no país. A editora, que também edita a RG, irá lançar, em maio, o site oficial da Baazar, que conta hoje com blog e perfis nas plataformas Twitter e Facebook. Também trabalha na criação de uma equipe nacional para atender agências e clientes. Ela já tem representantes nas principais capitais brasileiras e está montando times para as regiões Norte, Nordeste e interior de São Paulo.
O objetivo das ações, explica Patrícia Carta, publisher da Bazaar, é solidificar a marca. “Uma revista leva tempo para ser conhecida”, diz. “A construção de marca da Bazaar é diferente. É preciso trabalhá-la corretamente, respeitá-la”. Quando fala a respeito, Patrícia refere-se aos 144 anos da publicação, reconhecida internacionalmente como um dos títulos mais relevantes no mundo da moda. A revista chegou ao Brasil em novembro, após parceria entre a Carta Editorial e a Hearst Corporation, que a edita mundialmente e a distribui para 29 países. Com tiragem de 50 mil exemplares, ela deve fazer frente aos títulos Elle e Vogue.
Seu lançamento foi marcado por idas e vindas. Duas tentativas da Hearst de trazê-la, nos anos 1990 e no início dos anos 2000, não vingaram. Após a Carta Editorial perder o licenciamento de Vogue para a Conde Nást, da Globo, e sem um título para o mercado de moda e de luxo, ela transformou-se no parceiro ideal. O amadurecimento do mercado de luxo no país também favoreceu sua entrada. “A Bazaar é um título muito importante e tem total relevância num momento em que esse segmento cresce e há uma mudança de hábito no consumo da brasileira”, avalia Patrícia.
A parceria com a Hearst promete ser duradoura. No médio prazo, a Carta Editorial deve lançar no Brasil a Esquire, para o público masculino, além de uma revista sobre decoração e design. Assim como as demais publicações do mercado de luxo, uma importante plataforma de comunicação é a de eventos. Em janeiro, pela primeira vez, a Bazaar marcou presença no São Paulo Fashion Week, quando recebeu em um espaço próprio anunciantes, agências e nomes importantes da moda. “Onde houver oportunidades que tenham a ver com a nossa marca, vamos estar”, aponta Dilu Freire Huth, diretora de publicidade da Carta Editorial.
Time local
A revista é editada no país com time montado pela diretora de redação Maria Prata e com supervisão da Hearst. Cerca de 85% do material publicado é produzido aqui e outros 15% são importados. “A brasileira tem seu próprio lifestyle. Títulos internacionais de moda precisam ser locais”, explica Maria. A equipe é plural para representar a mudança radical pela qual a moda passou nos últimos anos. “Não queríamos pessoas aficionadas por fashion”, diz.
Profissionais de outras especialidades foram convidados, como a redatora-chefe Ana Paula Souza, ex-repórter da Ilustrada, da Folha de S.Paulo. “A moda mudou e o papel das revistas também. As publicações têm que fazer curadoria de conteúdo e contextualizar a moda no ambiente contemporâneo”. O próximo passo é expandir a circulação da Harper’s e aumentar o faturamento publicitário, apesar de não ser revelada a receita com publicidade. “Somos muito jovens. Temos tudo para crescer”, diz Dilu.