Na opinião de Fernando Rodés, ceo mundial do Havas, trabalhar diferentes plataformas de forma integrada é o futuro da comunicação. Em visita ao Brasil, o executivo falou a parceiros e clientes sobre como será a comunicação nos próximos anos e seus paradigmas.
Para Rodés, há oito orientações estratégicas que nortearão a comunicação: redes de relacionamento; sistemas de inteligência; fluidez e diálogos; grandes paixões; uma ideia como ponto de partida; mensuração de resultados; responsabilidade social e simplicidade. Muitas dessas orientações já existem no mercado, mas a diferença é que cada vez mais elas serão solicitadas.
“O desafio para a comunicação será trabalhar de forma bem planejada as diferentes plataformas de mídia. A ideia será única e implementada sob o conceito de multiplataforma. Isso já é discutido atualmente e a partir das convergências das mídias será inevitável”, disse.
Campanhas mais dinâmicas são outra aposta que o ceo faz em relação ao futuro, além de um engajamento maior do consumidor. “Antigamente, era comum marcas ficarem com uma campanha sob o mesmo conceito durante muito tempo. Hoje isso não é mais viável e a tendência é que no futuro isso se torne ainda mais dinâmico. E mais do que consumidores, teremos de construir fãs das marcas”, afirmou Rodés.
Para o executivo, falar com o target, ou melhor, o hypertarget, é uma estratégia eficaz que as marcas devem começar a utilizar cada vez mais. “Antes você precisava atingir a massa o tempo todo para promover uma marca, produto ou serviço. Hoje, muito mais do que a mídia de massa, a comunicação está mais direta com o consumidor”, observou Rodés, que também não acredita no fim da mídia impressa.
“Acreditamos que sempre haverá espaço para todas as mídias, só que cada vez mais estarão interligadas entre si. Não acreditamos na ‘morte’ do meio impresso, mas sim, em uma transformação”, analisou.
Mas Rodés não descarta o avanço da mídia digital, principalmente da colaboração do consumidor na elaboração de conteúdo. “O crescimento da internet e do celular é inevitável e já pode ser percebido, além disso, a participação das mídias tradicionais e das digitais no bolo publicitário será mais igualitária. Isso não significa o fim dos outros meios, mas sim, uma complementaridade entre eles”, definiu.
Brasil
Segundo Rodés, o Brasil é um dos mercados mais estratégicos para o Grupo Havas. No ano passado, ao lado de Rússia e China, o Brasil foi o País onde o grupo obteve um dos seus maiores crescimentos: 20%.. No caso da filial brasileira da Media Contacts (agência digital), o crescimento foi de 77%, o maior da rede.
A média de crescimento das outras unidades foi de 45%. Já a Z+ – agência que se associou ao grupo em setembro de 2008 – teve crescimento de 154%.
Por conta deste cenário, Ricardo Reis, ceo do Havas Brasil, acredita que o País apresentará resultados positivos neste ano. “Esperamos que a Media Contacts cresça cerca de 30% e a Z+, por volta de 20%. Logicamente estamos trabalhando para que esses números sejam ainda maiores”, disse Reis.
por Maria Fernanda Malozzi