HBO quer levar valores intelectuais do cinema para produções originais
Os personagens Digão (Bruce de Araújo), Biriba (Luís Navarro) e Vini (Daniel Furlan) em Pico da Neblina; série estreia em 4 de agosto
Nos últimos anos não faltaram discussões sobre a legalização do comércio da maconha e o seu uso recreativo mundo afora. Mas, e se este cenário acontecesse no Brasil? Quem poderia abrir um negócio como esse? Quais dilemas éticos enfrentariam os profissionais envolvidos?
A HBO Latin America se debruçou neste cenário ficcional para recriar uma São Paulo onde essa é a realidade. Na nova série original brasileira Pico da Neblina, uma das suas principais apostas para o mercado regional, o enredo traz a história do traficante Biriba (Luis Navarro), que decide deixar a vida do crime para trás e usar seus conhecimentos para vender maconha dentro da lei. Para a empreitada contará com a ajuda de Vini, um sócio-investidor pouco experiente.
“A discussão sobre a liberação da maconha já ocorreu em diversos países, então, o que queremos é imaginar como isso interfere na nossa vida. Fico fascinado ao pensar quem vão ser os donos das lojas, quem vai produzir a maconha. A série é centralizada numa realidade muito tangível, muito real, não se passa num universo alternativo”, argumenta Roberto Rios, VP de produções originais da HBO Latin America.
A série estreia em 4 de agosto em todas as plataformas, entre elas, TV paga e streaming, sob direção geral de Quico Meirelles, que também assina a direção de episódios ao lado do pai, Fernando Meirelles, além de Luis Carone e Rodrigo Pesavento.
Roberto Rios é VP de produções originais da HBO Latin America
Originais
Em meio às recentes discussões sobre produção audiovisual no Brasil e incentivos governamentais, Pico da Neblina foi produzida integralmente com investimentos da HBO Latin America. A programadora tem forte tradição em conteúdos originais, sendo pioneira no formato há mais de 20 anos. Segundo Rios, a aproximação com o cinema foi um dos trunfos para sucessos como Os Sopranos (1999) e Band of Brothers (2001), até o ápice com Game of Thrones (GoT) e Big Little Lies, que abarca um time de estrelas de Hollywood, tais como Meryl Streep, Nicole Kidman e Reese Witherspoon.
No Brasil não tem sido diferente com as séries Mandrake, Filhos do Carnaval e Magnífica 70. “No passado, muitos cineastas que só faziam cinema começaram a fazer nossas produções. Desde o começo a gente quis levar os valores intelectuais do cinema para as séries de TV. A HBO atingiu o maior recall da história da TV com GoT. Não foi por acaso, houve a construção dessas narrativas há muito tempo”.