Health & Wellness amplia investimento das farmacêuticas
De arte-finalista em uma gráfica no tradicional edifício Malleta, em Belo Horizonte, a diretor de criação da Havas Life, Diego Freitas vai compor o júri da competição Health & Wellness do Cannes Lions. Nesta entrevista ele explica que as grandes empresas farmacêuticas “estão entendendo cada vez mais o papel questionador das agências”. Há 30 meses no cargo, Diego participou da construção do case Parksounds, que ganhou Ouro no festival em 2016 usando uma plataforma do Spotify na competição de produtos fármacos.
EXPECTATIVAS
Espero renovação, mais uma vez. As categorias de saúde (Pharma e Health & Wellness) estão entre as que mais crescem ano após ano em Cannes, e isso é resultado do investimento das marcas tradicionais em um segmento extremamente relevante na vida das pessoas. Na outra ponta temos as grandes empresas farmacêuticas entendendo cada vez mais o papel questionador das agências no seu negócio. O “healthification” apresentado em Cannes no ano passado parece estar cada dia mais forte e saudável.
MISSÃO
No meu cotidiano tento sempre ver além da proposta final, e isso passa por fazer um checklist mental em pontos como relevância, criatividade e contexto cultural. Está cada vez mais difícil qualificar o trabalho criativo pela variedade de formatos que ele pode tomar e isso torna o nosso trabalho cada dia mais desafiador.
CRIATIVIDADE
As agências especializadas em health de ponta do Brasil estão entregando coisas incríveis de forma consistente. Coloco mesmo a criatividade nacional entre as três maiores potências mundiais no quesito qualidade. O desafio agora passa um pouco por trilhar o mesmo caminho das grandes agências brasileiras nos últimos anos. Conquistar contas regionais e globais e liderar também a transformação em larga escala.
TRANSFORMAÇÃO
O usuário de um plano de saúde também bebe a última Coca-Cola e compra a nova pick up da Ford. Claro que quando o assunto é saúde o conteúdo é muito mais sensível, mas provavelmente também é muito mais relevante. Talvez a principal força transformadora esteja nas pessoas que, de certa forma, sempre dependeram exclusivamente da comunidade médica para ter acesso ao conteúdo sobre saúde. No fim do dia, o público nos cases de health é o mesmo de print, film ou mobile, mas num contexto mais pessoal.
REGULAÇÃO
A regulamentação do mercado não impede a criatividade de exercer seu papel transformador. A prova disso é a multiplicação de ótimos cases e o crescimento constante do investimento em mídia.
DIGITAL
As ferramentas estão evoluindo muito rapidamente e a precisão na hora de identificar nosso público está cada vez maior. Mas um ótimo exemplo da nossa integração com o digital é o próprio Parkinsounds, projeto que trouxe o primeiro Ouro em Pharma para o Brasil e busca incorporar a terapia no cotidiano de pessoas que têm o mal de Parkinson usando a plataforma do Spotify.
BRANDED CONTENT
Na nossa balança, o interesse por conteúdo relevante é muito mais impactante do que o contexto regulatório. Podemos abordar as soluções explicando os problemas, e isso ajuda a amadurecer o mercado de saúde como um todo. Temos milhares de pesquisadores mundo afora desenvolvendo novas técnicas e produtos que vão revolucionar nosso mundo e muito pouca gente pronta para falar sobre isso.