Hinode quer focar no mercado internacional
Com 30 anos de atuação no país, a Hinode vem conquistando o seu espaço no mercado brasileiro. A empresa nacional de venda direta, com fábrica em Jandira, já possui mais de 500 produtos em seu portfólio, entre cosméticos e maquiagem. Crisciane Rodrigues, vice-presidente comercial do Grupo Hinode, uma das herdeiras da marca, revela detalhes da história de empreendedorismo da família, do trabalho de captação de mulheres e dos planos de ampliar o share dentro do mercado nacional e internacional. Veja a seguir os principais trechos da entrevista.
Emprendedorismo
A Hinode surgiu de uma ideia dos meus pais. Minha mãe, que era costureira, foi vendedora porta a porta de diversos produtos. Em 1983, ela ingressou em uma grande empresa e teve a oportunidade de conhecer melhor o modelo de negócios de distribuição e formação de equipe. Com o tempo, ela tornou-se uma das grandes líderes desse negócio e, após dois anos, meu pai passou a trabalhar com ela em tempo integral. Depois, formaram a maior equipe da empresa. Em um prazo de cinco anos, a equipe de vendas deles representava em torno de 70% da companhia. Mas aí, chegou um momento que, por motivos estratégicos, a empresa onde eles trabalhavam decidiu não investir mais no negócio. E meus pais, sem experiência empresarial e apenas com garra e empreendedorismo, montaram a Hinode em 1988 na garagem de nossa casa, na Zona Norte de São Paulo.
Comunicação digital
Em 2017, através de branded content, resolvemos criar um canal no YouTube chamado Universo da Cris, com a ideia de ter uma maneira diferenciada para se comunicar com os nossos consumidores, porque sabemos que o consumo de mídia não vem apenas da mídia convencional. A galera mais antenada e jovem gosta de conteúdo on-demand. Mas como é que você se comunica com essa galera? Foi aí que surgiu a oportunidade de criar esse canal. E, em uma pesquisa interna, foi decidido que eu seria a pessoa que representaria a marca no canal. Confesso que no começo não era o que queria, pois estava em uma zona de conforto como diretora-comercial, ainda não era a vice-presidente e os números estavam superbem. Mas depois me lembrei da história dos meus pais e de que a zona de conforto não era a minha zona preferida. Aceitei o desafio e está uma delícia.
Empoderamento
O programa de incentivo chamado Pérolas começou em 2015. Foi um ano de aprendizado, mas tivemos de mexer um pouco no modelo, mas logo de cara já contávamos com o engajamento dessas poucas líderes dentro do negócio. Em 2016, ele foi lançado como uma plataforma, um programa de captação e desenvolvimento da liderança feminina com métricas, desafios e acabamos treinando 37.500 mulheres. Já em 2017 foram mais 137 mil treinadas e capacitadas. O Pérolas é o maior programa de capacitação do país.
Concorrência
A concorrência é boa para o mercado, economia, consumidor, enfim, para todo mundo. Encaro as grandes concorrentes de marcas como grandes inspirações, pois elas nos mostram que é possível chegar lá. Quando você tem alguém que você admira e já está no lugar onde você quer chegar, você bate palmas, reverencia e avisa que está chegando. Trabalhamos com muita ética, focamos no nosso negócio sempre com muita postura empresarial de respeitar o mercado e as pessoas que fazem e trabalham de maneira honesta.
Perspectivas
Consolidar tudo o que construímos, mas sempre buscando crescer. Queremos dar mais enfoque ao mercado internacional. Em 2017, ingressamos no Peru e na Colômbia. Já possuímos mais de cinco mil consultores latinos. Então, queremos continuar na abertura de mercado e alcançar mais share dentro do Brasil.