Holding Clube mostra pluralidade
Há 24 anos o empresário José Victor Oliva fundava o Banco de Eventos, que logo se tornou umas das maiores empresas do mercado de marketing promocional e eventos do país. O Banco deu origem à holding Clube, que foi agregando empresas de diversas áreas, até não depender quase que exclusivamente dos trabalhos gerados pela companhia que gerou todo o grupo.
Hoje a visão de negócios da Clube vai muito além do mercado de marketing promocional. Além do Banco, outras sete empresas compõe a holding: Rio 360, Samba.Pro, Cross Networking, PlayBook, The Aubergine Panda, Lynx e FanClub – essas duas última, especialmente, tem projetos em andamento que movimentam duas áreas que estão na pauta de grande parte dos anunciantes do país: ambiental e esportiva.
No caso da Lynx, que executa projetos socioambientais em linha com a estratégia de negócios dos clientes, o trabalho que está ganhando corpo na empresa é para a Cataratas do Iguaçu SA, que detém a concessão do Parque Nacional do Iguaçu (em Foz do Iguaçu, onde se encontram as famosas cataratas) e que tem direito à exploração comercial do local com a obrigação da conservação e desenvolvimento do parque dentro dos parâmetros de órgãos ambientais como o Ibama e o Instituto Chico Mendes (ICMBio), bem como a preservação da fauna e da flora. “Nós desenvolvemos um projeto que prevê como melhorar a captação de recursos para o parque”, explica Marcel Sacco, ceo da holding Clube. Na lista consta a revitalização de toda a sinalização das trilhas, da frota de ônibus que faz o transporte dos turistas (incluindo aí injeção de biocombustível ou algum tipo sustentável), construção de uma nova passarela para se chegar ao lado brasileiro da Garganta do Diabo, modernização do sistema de vendas de tickets, desenvolvimento de uma nova linha de souvenirs, entre outros. “No total são 20 itens que visa aumentar o número de visitantes, a receita do parque e captar patrocínios”, que completa dizendo que a Cross que é a responsável por essa comercialização, ainda em fase inicial.
Sacco diz que a Cataratas SA também conquistou a concessão do Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha e do Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro, onde se encontra o principal ponto turístico brasileiro: o Cristo Redentor. “Vamos cuidar do desenvolvimento de projetos para ambos. Em Fernando de Noronha já iniciamos o estudo. E quanto ao Parque da Tijuca, juntamente com o do Iguaçu foi designado pelo Governo Federal como um dos ‘Parques da Copa’, já que tanto o Rio quanto Curitiba são cidades-sedes”, ressalta o executivo. “É a primeira vez que o país tem um projeto tratando um parque nacional dessa maneira”.
Estádios
Outro projeto, mas desenvolvido pela FanClub, é a plataforma de futebol da Ambev, que ao todo apoia 27 times brasileiros. Foi desenhada de uma forma diferente do patrocínio tradicional: ao invés da companhia colocar dinheiro no clube e este utilizar como quiser, a Ambev investe em melhorias internas do parceiro ou em ações que “transformem o ambiente dos jogos”. “Nosso pensamento é que toda marca gostaria de ser igual a um time de futebol. De ser adorada pelo seu consumidor da mesma forma que ele ama o seu clube”.
Foi assim que, no Vasco, por exemplo, foi feita uma pesquisa junto ao sócio-torcedor do time para saber quais os setores o time precisava de investimentos prioritários. E com isso, por meio de patrocínio da Brahma, toda infraestrutura de fisioterapia e os vestiários de São Januário foram reformulados. “Gerou até uma reportagem de 15 minutos no ‘Esporte espetacular’, da TV Globo, com declarações de ex-massagistas, dos principais ídolos, entre outros”, afirma Sacco.
No Engenhão, estádio arrendado ao Botafogo, a Brahma instalou um moderno camarote e criou outra série de propriedades – como sua marca estampada nas cadeiras dos setores Norte e Sul do estádio, em uma espécie de mosaico. “Já nas Laranjeiras, estádio do Fluminense, trocamos todo o gramado, colocando um igual aos que existem nos melhores estádios do mundo”, ressalta Sacco, falando que isso leva o consumidor a pegar simpatia pela marca. “A publicidade nunca vai acabar, mas sozinha não resolve mais os problemas dos anunciantes como no passado. É preciso ter uma relação mais próxima entre marca e consumidor”.