Holocracia: um modelo de gestão mais autônomo, flexível e eficiente
Como é possível uma empresa, com quase um ano e meio de funcionamento, focado no mercado de finanças pessoais, não ter algum pedido de demissão ou nem precisar desligar algum funcionário?
A resposta para a taxa zero em turnover é resultado de uma junção de fatores, como o recrutamento totalmente internalizado, a contratação apenas de candidatos alinhados à cultura da empresa, a busca por profissionais multidisciplinares e o estímulo ao aprendizado em diversas áreas.
A taxa zero em turnover é resultado de uma junção de fatores, como o recrutamento totalmente internalizado, a contratação apenas de candidatos alinhados à cultura da empresa, a busca por profissionais multidisciplinares e o estímulo ao aprendizado em diversas áreas.
Isso tudo é parte da nossa cultura organizacional, onde adotamos como princípio a holocracia, ou seja, não temos hierarquias verticais entre os departamentos e todos os funcionários são aptos a tomar decisões. Esse modelo que vem crescendo cada vez mais, com o maior exemplo sendo o da Zappos, é essencial para dar velocidade aos projetos, delegando autonomia para todos de maneira igualitária.
De onde veio a holocracia?
A holocracia é um sistema criado pelo americano Brian Robertson para a gestão de negócios. O princípio para a criação desse modelo de gestão foi estruturar as empresas para aprender e responder rapidamente às situações. Para isso, seria preciso otimizar o fluxo de informações, encorajar colaboradores para o aprendizado e ação, além de trabalhar com equipes, clientes e parceiros que tenham objetivos comuns.
Todo e qualquer novo projeto, serviço e melhoria dentro da holocracia é discutido entre todas as áreas de negócios em um comitê – não existe qualquer ação “top-down”, não existe hierarquia vertical. Para entender direitinho sobre como a holocracia funciona a partir de quem criou o modelo, acesse esse site da iniciativa.
Principais características para implementar o modelo de gestão
Com a holocracia, os papéis são definidos a partir do trabalho, e não das pessoas. A autoridade é distribuída para equipes, com decisões locais. As interações são menores, em processos mais curtos, onde cada time se auto organiza e todos são ligados pelas mesmas regras, visíveis para todos. Ou seja, para ter esse modelo de gestão é preciso de:
· Acabar com a hierarquia vertical entre cargos de diferentes equipes;
· Fornecer autoridade horizontal dentro de equipes;
· Agir de forma flexível e ágil frente à mudanças;
· Fornecer autonomia para funcionários no emprego de múltiplas funções;
· Promover uma mentalidade colaborativa dentro da empresa;
· Estabelecer um mesmo conjunto de regras pré-definidas para todos;
· Fazer essas regras valerem com transparência.
É possível fazer dar certo? É sim, somos exemplos disso. Claro que, assim como qualquer novidade nos negócios, não dá pra sair implementando este modelo de gestão sem primeiro analisar as possibilidades da sua empresa e o cenário atual da organização.
Cada caso é um caso, então comece com pequenos passos, como a implementação de metodologias ágeis de gestão que se aproximam da lógica da holocracia. É possível que em pouco tempo você já possa ver sua empresa caminhando com as próprias pernas.
Adriano Meirinho é CMO e co-fundador do Celcoin