Hugo Rodrigues: “O festival é um holofote para a criatividade”
Pela segunda vez no júri do D&AD Awards – ele foi jurado em 2009, em Digital -, o chairman e CEO da WMcCann, Hugo Rodrigues, vai avaliar este ano os trabalhos em Mídia. Nesta entrevista, o executivo faz suas apostas sobre campanhas que devem se destacar e fala sobre o festival, que será realizado entre 19 e 21 de maio, em Londres. “Conquistar um Lápis do D&AD é também ganhar uma autenticação de que aquele é um dos projetos mais criativos do mundo”. E continua: “Tanto as agências quanto os clientes buscam incessantemente soluções criativas para conquistar o coração dos consumidores”. Confira a seguir o depoimento de Rodrigues, que também discorre sobre tendências e expectativas.
Festival
Além de ser uma das premiações mais respeitadas e mais difíceis de serem conquistadas no mundo, outro grande diferencial do D&AD é o fato de a instituição não ter fins lucrativos. Isso demonstra a seriedade e o comprometimento com a evolução da criatividade de modo geral.
Atualização
Eu entendo que preparação (para o julgamento) e desenvolvimento precisam ser constantes, independentemente de você ser jurado ou não. Busco me atualizar sobre as campanhas, as tendências, o que vem surgindo na área de tecnologia e as novas plataformas que aparecem a cada dia.
Trabalhos
Espero ver a junção de várias disciplinas na construção da jornada. Peças com o claro propósito de servir ao negócio do cliente, que construam marcas com real significado na vida das pessoas.
Pré-requisitos
Acredito que para uma peça ser premiada precisa estar amparada por dados e entregar um pensamento estratégico e criativo no uso das mais diversas ferramentas disponíveis no mercado.
Tendências
Modelos econométricos. Essa não é propriamente uma novidade no mercado, grandes institutos já faziam, mas o que hoje facilita é que existem algoritmos à disposição com os quais você consegue utilizar esse pensamento dentro de uma agência com engenheiros e estatísticos de dados e mensurar a efetividade da mídia. Também vemos um equilíbrio entre campanhas de construção de marca com visão de médio prazo e uso massivo de audiências para resultados de curto prazo.
Brasil
Acredito e torço para que o Brasil consiga bons prêmios. O país é um dos centros de excelência de grandes players do digital, assim como tem uma história de longa data em comunicação de mídia de massa.
Apostas
Para o Brasil, vejo uma grande oportunidade com o case Nike Air Max Graffiti Store, da AKQA. Já na Europa, acredito que The Last Ever Issue, da VMLY&R Poland, e Hidden Flag, da Mullenlowe Madrid, vão se destacar. Nos Estados Unidos, também penso na Nike, mas com o case Nike Just Do It HQ at the Church, da Momentum Nova York, e também o Google Creatability, do Google Creative Lab. Outras apostas são Ikea This Ables, da McCann Tel Aviv, de Israel, e GSK The Breath Of Life, criado pela McCann Health Shanghai.
Lápis
Conquistar um Lápis do D&AD é também ganhar uma autenticação de que aquele é um dos projetos mais criativos do mundo. O prêmio é um holofote para a criatividade. E tanto as agências quanto os clientes buscam incessantemente soluções criativas para conquistar o coração dos consumidores.
Dados
A integração de expertises humanas, dados e tecnologia busca trazer informações do negócio do cliente, do ambiente social, das diversas audiências, para que a comunicação seja mais precisa e efetiva. Os dados são fundamentais na construção não só de campanhas, mas para dar suporte a decisões estratégicas dos clientes. Por isso é essencial que o cliente e a agência como um todo estejam em total sintonia para criar mensagens significativas, mudar a rota quando necessário e trazer resultados de negócios.