Human is the new black
Vim ao Web Summit com o objetivo de ter contato com coisas que eu nem sabia que existiam. Escolhi os painéis que falavam de AI, BI, UI, VR e big data esperando aprender mais sobre esse universo tecnológico, mas me surpreendi quando percebi que não estavam falando de tecnologia, mas, sim, de comportamento humano.
A Netflix se apresentou como uma empresa que conecta pessoas a histórias incríveis.
A WaypointAR se colocou como uma empresa que deseja despertar o sentimento de compaixão através da realidade aumentada.
De uma forma ou de outra, os painéis sempre passavam pela necessidade de se ter autenticidade e empatia.
A busca não é por tornar os seres humanos mais robotizados, e sim, tornar os robôs mais humanos.
A inovação ocorre na interseção do propósito e do papel das marcas nas vidas das pessoas.
As tensões entre dados e criatividade, tecnologia e humanidade, são facilmente – talvez nem tão facilmente assim – resolvidas ao se colocar um layer de empatia.
Sinta-se no lugar do outro.
O primeiro – e decisivo – passo para resolver o problema.
Tão simples quanto isso.
Falando em resolver problemas, ficou evidente que as pessoas estão buscando por soluções únicas.
Aquela história de criar frameworks que sirvam a todos: não cabe mais.
Mais do que nunca, vivemos a era do tailor made, do feito pra mim.
Não é de hoje que ouvimos que a indústria da comunicação precisa se reinventar. Muito se discute sobre novos formatos de remuneração, entregas integradas, modelos organizacionais, estrutura, ferramentas…
Saio daqui sem as respostas para essas questões, mas com a certeza de que elas não virão exclusivamente da tecnologia, mas sim, e principalmente, do aprofundamento do conhecimento do comportamento humano.
Humanos, para sempre, humanos.
Ronaldo Martins é diretor de operações da Artplan RJ