“IA precisa de bons dados para funcionar bem”

No Think with Google, executivos da big tech compartilharam dados e  insights sobre a utilização da inteligência artificial pelo marketing

Nesta terça-feira (16), o Google realiza o seu maior evento sobre tendências de negócios, o Think with Google, em São Paulo. O tema dominante das apresentações feitas pela manhã pelos executivos da big tech foi sobre a utilização da inteligência artificial para melhorar os negócios de uma maneira geral.

Fabio Coelho, presidente do Google Brasil, abriu o encontro afirmando que, mais uma vez, o mundo vive um momento de transformação com a evolução da tecnologia, e que este é um momento de oportunidade para as marcas e os negócios. Segundo ele, o objetivo do Google é transformar o hype em help para as empresas.

“A IA consegue fazer três coisas: gerar mais receitas, gerar mais eficiência e produtividade, e fazer coisas diferentes.” O executivo apresentou dados sobre o uso da IA no Brasil, que mostra que o brasileiro está acima da média global: 46% dos brasileiros usaram IA generativa nos últimos 12 meses, enquanto no mundo o índice é de 38%.

A mesma pesquisa do Google encomendada à Offerwise mostra que os brasileiros veem impacto positivo no uso de IA nos próximos cinco anos: 67% em como trabalham; 77% no acesso à informação; e 77% em como aprendem. “2024 é um ponto de inflexão, mas nós vemos o marketing  como um grande impulsionador do crescimento dos negócios”, disse Coelho. O executivo afirmou que o Google é uma empresa AI-first com diversas inovações e disponibiliza a era Gemini - em alusão a sua plataforma de IA generativa, que ainda é tratada como um experimento.

A visão do Google é de que a IA tem condições de ser um assistente em vários níveis. “A IA é um grande facilitador para entender mais os negócios, mas o que ela não pode fazer é pensar a estratégia, a essência do marketing, do negócio, ela não substitui os profissionais nesse processo”, frisou o presidente do Google, encerrando sua apresentação com a frase “O momento da IA é agora”.

Fabio Coelho, presidente do Google Brasil (Foto: Divulgação)

Rodrigo Rodrigues, diretor-geral de customer solutions do Google Brasil, chamou a atenção para o fato de que, embora a IA esteja expandindo a capacidade de criação, a tecnologia precisa de bons dados para funcionar bem. Ele lembrou do fim da utilização dos cookies e da importância de ter uma comunicação transparente e centrada em privacidade, mas que seja relevante para os clientes.

“Tratar dados proprietários vai ajudar as empresas a estabelecer relações mais profundas com os consumidores. E, para isso, é preciso fortalecer a confiança dos consumidores; aumentar o uso de soluções de IA e encontrar métodos de mensuração robustos. São esses dados que vão alimentar o uso da IA, como histórico de conversões, dados de comportamento e de compra”, ressaltou.

A primeira parte do Think with Google encerrou com a apresentação de Mônica de Carvalho, diretora de negócios do Google Brasil. A executiva, com passagens por grandes agências de publicidade, começou afirmando que os profissionais de marketing precisam usar a IA a favor da produtividade.

“Já passou da hora de termos medo da IA e de fazer a tecnologia trabalhar para nós. A IA traz mais humanização para as marcas e vai gerar mais conexão com as pessoas”, reforçou ela.

De acordo com a executiva, as empresas precisam parar de criar mensagens generalistas. Segundo ela, a execução não é mais um problema com a IA. “O consumidor quer atenção e customização. Vamos conseguir executar tudo o que desejávamos. Vamos ter de ser muito bons na concepção. Tudo que a IA pede é uma boa ideia. A criatividade ganha o maior empoderamento de todos os tempos”.

Por fim, Mônica afirmou que não se trata mais de uma conversa sobre frequência (de anúncios), mas sim sobre relevância. “Anúncios repetitivos afastam os consumidores. E A IA vai poder lidar com o desafio de trazer mais relevância por entender melhor o comportamento do consumidor”.

Ela reforçou também sobre a importância da integração dos dados. “Somos a geração T, a geração de transformação, de transição. E eu quero viver muito cada um desses momentos”, finalizou a executiva.

A segunda parte do evento traz sessões específicas com insights sobre o comportamento dos brasileiros e recomendação de estratégias em quatro grandes segmentos: serviços financeiros, varejo, saúde e bens de consumo.