Com análise sobre 13 mercados latino-americanos, o Media Book, lançado pelo Ibope e em sua terceira edição com os dados sobre 2010, tenta fazer uma radiografia do consumo da indústria de comunicação pelos  telespectadores da região. O comportamento dos telespectadores no principal meio, a televisão, com penetração acima de 90% nos quatro maiores mercados da América do Sul, demonstra uma disputa no conteúdo a ser assistido: futebol ou novela.

Contrariando a imagem de “país do futebol”, o Brasil teve como maior aumento a novela “das 8 horas”, da TV Globo, com 37,01%, no universo de 19,1 milhões de domicílios analisados. A segunda posição ficou também com a teledramaturgia da emissora, a novela das 18h, 27,47%; seguida por futebol, 20,08%. Entre os telespectadores das classes A, B e C, acima de 25 anos, o último horário de novela da emissora carioca também saiu vencedor, 19,69%.

Resultado similar foi apontado no México, famoso por suas produções de novelas. Entre os mais de 13 milhões de domicílios analisados, a novela “Hasta que el dinero nos separe”, 27,66%, no Canal 2, registrou a maior audiência. A segunda posição, porém, ficou com o futebol: a partida entre França e México, 23,89%, na mesma emissora.

No mercado argentino e chileno prevaleceu o futebol. Entre as maiores audiências argentinas, dentre um total de domicílios de 3,120 milhões, a transmissão da emissora Telefe da partida da seleção local contra a Alemanha, com 53,14%; ou 52,10%, na disputa contra a Grécia. No Chile, a emissora TVN chegou à audiência de 57,07% no jogo da seleção do país contra Honduras; e 48,34% contra a Espanha.

Investimentos

Pelo estudo, existem diferenças significativas entre os principais segmentos econômicos que estão no topo dos investimentos publicitários. Na Argentina, o setor de comércios (varejo) movimentou US$ 1,1 bilhão; higiene/beleza/cosméticos, US$ 1,1 bilhão; e alimentação, US$ 920 milhões. O comércio também aparece na liderança no Brasil, com US$ 9,6 bilhões; porém seguido de veículos/peças/acessórios, US$ 3,9 bilhões; e serviços ao consumidor, US$ 3,7 bilhões.

As maiores distinções, no entanto, são percebidas no México: educação e meios de comunicação, US$ 3,9 bilhões; saúde, higiene pessoal e cosméticos, US$ 3,8 bilhões; e serviços sociais e governo, US$ 2,9 bilhões. Já a publicidade chilena tem as grandes lojas de departamento, com US$ 442 milhões; telefonia, US$ 194 milhões; e super e hipermercados, US$ 182 milhões, como os grandes investidores.

Entre os elementos no book, destaque para o meio rádio no México, que movimenta US$ 3,7 bilhões em publicidade, com 18%, ocupando a segunda posição, à frente de TV por assinatura, US$ 1,1 bilhão, e 6%; e jornais, US$ 847 milhões, 4%. A TV aberta gira o montante de US$ 14,2 bilhões, com 70% do bolo. Nos mercados brasileiro, chileno e argentino, os três primeiros meios são TV aberta, jornais e TV por assinatura.