Ibope Repucom aponta Caixa na liderança de patrocínios ao futebol
A Caixa investiu R$ 91,3 milhões para estampar sua marca em 14 camisas de clubes do futebol brasileiro
O Ibope Repucom divulgou um mapeamento inédito sobre os patrocinadores nos uniformes dos clubes de futebol da Série A em 2017. E, apesar dos problemas institucionais do esporte, anunciantes de vários segmentos, como financeiro e construção, por exemplo, utilizaram os uniformes dos clubes para expor marcas, produtos e serviços. O levantamento revela que os clubes da Série A no Brasileirão 2017 estamparam 87 marcas diferentes em suas camisas, calções e meias, uma média de mais de quatro patrocínios por time. O investimento da Caixa somou R$ 91,3 milhões, o maior deles ao Flamengo que recebeu R$ 25 milhões.
A Caixa Econômica Federal esteve presente como patrocinadora máster de 15 dos 20 clubes que disputaram a série do A do campeonato brasileiro este ano. O Corinthians, o campeão da temporada, teve seu contrato encerrado durante a competição e o espaço foi ocupado pela Cia do Terno. A Crefisa marcou presença no Palmeiras, o Banrisul no Grêmio, o Banco Inter no São Paulo e a Aurora na Chapecoense.
A Havan usou as mangas dos clubes Atlético Paranaense e Chapcoense. Nessa modalidade de patrocínio, apenas o Vasco e o Vitória não conseguiram comercializar o espaço. A utilização das costas das camisas também teve domínio da Caixa em 11 clubes. A Umbro foi a principal fornecedora de material esportivo marcando presença em sete clubes, entre os quais o Cruzeiro e o Grêmio. A Nike concentrou seu interesse apenas na marca Corinthians, mas a rival Adidas marcou presença na Ponte Preta, Flamengo, Coritiba, Esporte Recife e Palmeiras.
A Caixa também dominou a propriedade do calção em 12 dos 20 clubes. O meião foi a menos utilizada: apenas duas marcas, a FAM com o Palmeiras, e a Kodilar com Flamengo e Ponte Preta. Na área de numeração, a operadora TIM, desde 2010 investindo nessa propriedade, manteve contrato com Vasco, Flamengo e Botafogo, os grandes clubes do Rio de Janeiro. Até o aplicativo Uber utilizou a numeração para exibir sua marca e o clube escolhido foi o Atlético Mineiro. O Botafogo também recebeu patrocínio inédito do youtuber Felipe Neto. O segmento de construção, acabamento e imobiliário concentrou o maior volume de patrocínios com as marcas Coor Plastik, Construjá, Foxlux, IBF, InterCement, Joli, Madel, MRV Engenharia, Tenda, Viapol, VVoa e Tintas Luztol.
Além da exposição das marcas nas transmissões oficiais pela televisão (Globo e afiliadas) duas vezes por semana e fotos e vídeos nas coberturas de jornais, websites e redes sociais, 100% dos clubes exibem informações sobre os seus patrocinadores nas suas páginas na internet, mas 40% destinam uma seção exclusiva para as marcas que investem nos seus uniformes. Cada clube possui em média cinco redes sociais diferentes, disponíveis em seus sites. O Facebook é a rede social mais utilizada e atualizada entre os patrocinadores.
“A atividade on-line dos clubes e patrocinadores, tanto em seus sites quanto nas mídias sociais, pode ser determinante para o sucesso e vida longa do patrocínio. Times e patrocinadores devem aproveitar suas audiências para comunicar de forma objetiva a parceria e maximizar o sucesso das ativações”, explica José Colagrossi, diretor executivo do IBOPE Repucom.
Colagrossi acrescenta: “De maneira geral, podemos destacar que embora as instituições financeiras ocupem as propriedades mais nobres do uniforme, outras 83 marcas dos demais segmentos também investiram no patrocínio do uniforme dos clubes em 2017. Isso demonstra a confiança dos patrocinadores no esporte, sobretudo no futebol, como uma plataforma de comunicação eficiente para conexão com seus consumidores. Em uma onda recente de nossa pesquisa regular com fãs de esportes conectados no Brasil, a Sponsorlink, descobrimos que 79% da população lembra de alguma marca quando pensa em futebol. Entre os que declararam ter muito interesse em futebol, 63% afirmaram que confiam em marcas envolvidas em patrocínio esportivo. Portanto, estes altos índices tornam o patrocínio esportivo uma plataforma atrativa para as marcas. A divulgação de estudos relevantes está em linha com nosso objetivo de desenvolver e fortalecer a indústria do patrocínio no Brasil. Nossa expectativa é que clubes e patrocinadores tenham em mãos o ecossistema do patrocínio de uniforme no Brasil, e ao conhecerem em detalhes o mercado, certamente ajudará a refinar suas estratégias comerciais e futuros acordos de patrocínio. No próximo ano, o Ibope Repucom lançará estudos similares para outras modalidades, para fomentar o desenvolvimento da indústria como um todo”.