iG Digital Day reune personalidades e especialistas da internet
Na tarde da última quarta-feira (18) foi realizado em São Paulo o iG Digital Day, encontro para convidados do portal iG. Este é o quarto encontro do gênero promovido pelo portal, que está completando dez anos de existência. O evento foi a maneira de celebrar com o mercado as mudanças no portal, com o lançamento de novos canais e investimentos em conteúdo qualificado. “Quisemos prestigiar os profissionais que fazem o mercado brasileiro de marketing digital acontecer”, disse Alex Rocco, diretor de marketing e vendas do iG.
Brian Solis, presidente da empresa/oráculo Future Works e autor de livros como “Engagement”, iniciou sua palestra dizendo que o conceito de engajamento entre marcas e consumidores, hoje, tem muito pouco a ver com os “velhos” conceitos de propaganda e marketing que conhecemos. Segundo Solis, as coisas antigamente eram feitas “de cima para baixo”, sendo a base da pirâmide o consumidor. Criava-se uma boa ideia, que era replicada para o consumidor em diversas mídias. Hoje, o processo se inverte: as estratégias para falar com o consumidor precisam ser pensadas “de baixo para cima”: ouvindo primeiro o consumidor e entendendo o que o move. A partir daí, as ideias florescem.
Segundo ele, o que as empresas precisam fazer é dar ao consumidor algo que os emocione, os faça querer comentar, replicar, recomendar. Algo que os engaje. “As mídias sociais têm mais a ver com sociologia e psicologia do que com tecnologia. O contexto é mais importante do que o conteúdo”, disse Solis.
Solis chamou a atenção para o grande furor que a viralização de certos vídeos causa para algumas marcas, num curto período de tempo. “Para as marcas, esse é um aprendizado importante. Um viral que desaparece não constrói uma relação. Pode ser o ponto de partida, mas é importante que as marcas criem novos acontecimentos o tempo todo, ‘refresquem’ a relação com novidades. É preciso manter a ocitocina circulando”, disse Solis, referindo-se ao hormônio que conecta mães a seus bebês de maneira emocional e serve para exemplificar o tipo de emoção que deve conectar marcas e pessoas nas redes sociais. É o conceito que ele chama de ressonância: a capacidade de uma marca de manter-se viva nas redes sociais, trazendo coisas novas e relevantes. Este é o desafio das marcas, neste novo tempo.
Carla Shih, que tem uma empresa chamada Hearsay Labs e escreveu o livro “The Facebook Era”, é especialista em monitorar comportamentos e dados nas redes sociais e tem um especial interesse no Facebook. Ela costuma dizer que os brasileiros são o povo mais “friendly” do mundo. Não é novidade: somos líderes no uso mundial do Orkut, vice-líderes em uso no Twitter e temos a maior média de amigos em redes sociais do mundo (cerca de 360), enquanto a média mundial é em torno de 200 amigos. No Facebook, estamos entre os 10 maiores usuários. Carla iniciou sua palestra no iG Digital Day mencionando uma pesquisa recente com líderes de marketing nos EUA, que mostrou que 73,5% das empresas consideram estratégias em redes sociais prioridade em seu mix de marketing.
Uma pessoa que entra no Twitter e imediatamente acha uma maravilha não é normal. Em geral quando se entra no Twitter pela primeira vez a sensação é: esta é a ferramenta mais estúpida que eu já vi na vida. Que perda de tempo! Com essas palavras, um dos gurus da internet no mundo, Guy Kawasaki, iniciou sua palestra via videoconferência diretamente de Los Angeles, nos EUA. Guy foi o homem da Apple nos anos 80 e é autor do livro “The Art of the Start”. Seu projeto hoje é o site AllTop.com, uma ferramenta de busca com a qual uma pessoa pode reunir tudo o que está sendo publicado nas redes sociais e na web sobre um determinado assunto.
Esta possibilidade de saber o que as pessoas estão falando é, segundo ele, a grande mágica que transforma o marketing nos tempos de hoje. “Levei alguns meses para entender o Twitter. Mas o fato é que o Twitter permite que as empresas monitorem o que está sendo dito a respeito de suas marcas. E de graça”, disse.
Andrea Harrison, vice-presidente da Razorfish, discorreu no iG Digital Day sobre as inúmeras possibilidades de medir o sucesso das marcas na internet. A Razorfish, por exemplo, trabalha com alguns Indicadores-chave de Desempenho (Key Performance Indicators) para monitorar marcas nas redes sociais, entre elas a sua capacidade de engajar, seu conhecimento e o crescimento de fãs. São medidas que fazem sentido no ambiente virtual e que ajudam a avaliar, segundo Andrea, a saúde social de uma marca nas redes.
por Claudia Penteado