Igualdade de gênero virá em 100 anos, cita Judith Brito
Nos veículos, assim como nas outras áreas da comunicação, ainda não é muito comum que as mulheres estejam nas primeiras linhas do organograma das empresas. No entanto, se existe o preconceito de gênero, ele não é percebido pelas mulheres que alcançaram cargos importantes nos veículos.
A superintendente da Folha de S.Paulo, Judith Brito, foi a primeira mulher a ocupar a presidência da ANJ (Associação Nacional dos Jornais), entre 2008 e 2012, e contou que nunca se sentiu preterida por ser mulher. “Nas diretorias de empresas, meus chefes e colegas são homens, mas não tenho qualquer problema em lidar com eles”, contou Judith. Pelo contrário, para a executiva, se ser mulher tem alguma influência em sua carreira é positivamente. “Às vezes sinto que, por ainda serem raras as mulheres em cargos de direção, sou recebida com mais curiosidade e atenção. É um desafio, porque há ‘algo a provar’, mas tem um lado bom: as pessoas ficam mais atentas à nossa performance”, completou.
Judith citou que uma pesquisa da OIT (Organização Internacional do Trabalho) mostrou que, se continuar a crescer no mesmo ritmo, a igualdade de gênero só será alcançada em cem anos. “É um processo lento, com idas e vindas, progressos e retrocessos. Mas no médio e longo prazo a tendência é de maior igualdade, sem dúvida.”
A diretora de responsabilidade social da Globo, Beatriz Azeredo, também concordou que as mulheres vêm ganhando mais espaço e o preconceito é menor. “Em alguns mercados já não vemos mais essa distinção. Na Globo, por exemplo, temos várias mulheres em posições de liderança, que estão equiparadas a homens que ocupam a mesma posição”, disse. Entre as executivas da empresa está Thais Chede Soares, que chegou à emissora no fim de 2014 para assumir como diretora executiva de Projetos Especiais, após 25 anos na Editora Abril.