Indústria de produção de áudio projeta crescimento em 2025
Pesquisa da APRO+SOM explora diversificação de serviços, exportação da música brasileira e desafios com a inteligência artificial
O mercado de produção de áudio deve ganhar força em 2025, impulsionado pela diversificação de serviços e pela valorização do fonograma como obra central na indústria do entretenimento. É o que aponta uma pesquisa da APRO+SOM.
A busca por novos mercados, como a sincronização de trilhas sonoras em produções audiovisuais e a entrada na indústria fonográfica, tem movimentado as produtoras de som. Atualmente, 96,2% das associadas atuam na publicidade, 73,1% produzem trilhas para o audiovisual, mas apenas 23,1% possuem um selo musical ou gravadora.
Bia Ambrogi, presidente da APRO+SOM, destaca o potencial de expansão do mercado: "Mesmo com desafios como a inteligência artificial e suas regulamentações, a indústria musical e publicitária segue em ascensão. Nosso mercado está em alta, e isso é uma tendência geral”, afirma.
A inteligência artificial é um dos principais pontos de atenção para o setor em 2025. Embora a tecnologia traga benefícios para processos administrativos e técnicos, seu impacto nos direitos autorais preocupa. "Estamos acompanhando o PL 2338/2023, que busca regulamentar o uso da IA no Brasil e proteger os direitos autorais dos criadores de obras intelectuais, audiovisuais e musicais", afirma Bia.
Outro tema relevante é a democratização das ferramentas de produção. Com o acesso facilitado à tecnologia, produtoras independentes têm mais oportunidades para criar e distribuir suas próprias obras. No entanto, a pesquisa revelou que 46,2% das empresas não têm obras musicais cadastradas em sociedades autorais, o que evidencia a necessidade de formalização no setor.
A pesquisa também identificou desafios no mercado, como os prazos de pagamento. Para 73,1% das produtoras, a demora no recebimento dos trabalhos é uma das principais dificuldades, seguida pela falta de uma tabela referencial de valores (69,2%).
O fonograma, muitas vezes limitado ao uso como "jingle" publicitário, também deve ganhar protagonismo em 2025. A associação defende uma visão mais ampla, considerando o fonograma como um produto versátil.
Com uma visão otimista, a presidente da associação reforça o potencial do áudio no cenário publicitário: "O som está cada vez mais se tornando um protagonista, não apenas como ferramenta, mas como uma obra complementar essencial para o audiovisual". Para 2025, a expectativa é que o mercado de áudio continue a se consolidar.