Indústria do plástico lança movimento de consumo responsável

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A indústria do plástico resolveu contra-atacar o desperdício e lançou, na semana passada, uma campanha para reduzir em 30% o consumo de sacolas plásticas em supermercados. Batizado de “Programa de qualidade e consumo responsável das sacolas plásticas”, o movimento conta com a chancela da Abras (Associação Brasileira de Supermercados) e com a participação do Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos (Plastivida), do INP (Instituto Nacional do Plástico), da Abief (Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas), da Apas (Associação Paulista de Supermercados).

Segundo Francisco de Assis Esmeraldo, presidente da Plastivida, a idéia de lançar um movimento em pról do consumo responsável da sacola plástica surgiu há um ano e meio, quando a indústria percebeu que a qualidade das sacolas estava abaixo das normas especificadas pelo Inmetro. 

O objetivo principal do grupo, formado pelos produtores de resinas sintéticas (utilizadas na produção das sacolinhas), produtores das sacolas plásticas e supermercados (maiores consumidores do produto), é trabalhar o conceito dos três R: Redução, Reutilização e Reciclagem.

Após pesquisa encomendada junto ao Ibope, que entrevistou 600 mulheres das classes B,C e D na Grande São Paulo, e 400 nas bocas de caixas na capital, o grupo que lidera o movimento contastou que 13% da população utilizava a sacola em duplicidade e que 61% utilizavam da metade para baixo, com o argumento de que elas não suportavam o peso. De acordo com as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), as sacvolas plásticas de supermercados devem suportar um peso de 6kg.

A pesquisa do Ibope revelou ainda que 75% dos entrevistados prefereiam carregar as compras em sacolas plásticas e que 100% a reutilizam como saco para lixo.

A solução encontrada pelo movimento, segundo Francisco de Assis, é fazer com que a norma da ABNT seja cumprida e que haja um precesso de conscientização da população para que utilizem da melhor maneira as sacolas. “Se fizermos com que as sacolas suportem 6kg, atingindo as normas, teríamos uma redução de 30% na utilização desse produto”, disse Assis.

Atualmente, o Brasil produz 18 bilhões de sacolinas. A meta é reduzir 5,5 bilhões desse montante.

Para isso, o grupo lançou também, em supermercados como Pão de Açúcar, Carrefour, Alvorada e Vip, a sacola retornável, que suporta mais de 10kg e permite ao consumidor utilizá-la diversas vezes. “Essa é a opção que damos para as pessoas frente à sacola de pano ou sacos de papel. As sacolas plásticas são práticas, econômicas, higiênicas, inócuas e 100% reciclável”, explicou o presidente da Plastivida.

No que diz respeito à conscientização da população, o grupo fechou uma parceria com a prefeitrura de São Paulo e criou o PEVM (Ponto de Entrega Voluntária Monitorado). Segundo Assis, o PEVM é como se fosse uma banca de jornal com divisórias e quatro portas: plástico, vidro, papel e metal. Sempre com a presença de um guarda e um monitor, a população poderá depositar seu lixo reciclável nesses pontos. O primeiro já está em operação no Clube Escola da Lapa, o Pelezão, na Zona Oeste. A previsão é que mais cinco sejam instalados até o final do ano. Segundo Asssis, a idéia da prefeitura é ter, em um curto período, cerca de 1000 PEVM instalados na cidade.

Mídia

O projeto do “Programa de qualidade e consumo responsável da sacola plástica” tem concepção da Empório Comunicação e implementação da Concept Marketing e Comunicação, responsável pelo desenvolvimento do projeto e do treinamento de promotoras, caixas de supermercados e empacotadores. A SPTrade assina o filme publicitário do movimento, que tem estréia marcada para setembro e será veiculado apenas em TVs pagas.

Claudia Pereira