Indústria e varejo esportivo enfrentam dificuldades no Brasil

O momento econômico do Brasil apresenta um cenário delicado para vários setores, inclusive para as empresas que trabalham com artigos de esportes. Segundo Marina Carvalho, diretora-presidente da Associação pela Indústria e Comércio Esportivo (Ápice), que reúne as marcas Adidas, Alpargatas, Asics, Darkley, Nike, Paquetá, Puma, SKechers e Under Armour, as previsões para o restante de 2015 são pouco animadoras. “A expectativa é de um ano difícil. A situação macroeconômica do país não está permitindo otimismo. Existe um problema real de inflação e perda do poder aquisitivo do consumidor, além de alta do dólar e alta carga tributária que a agravam a situação na outra ponta”, diz.

De acordo com dados do Instituto de Estudos e marketing Industrial (IEMI), em 2014, mesmo com o estímulo de compras gerado pela Copa do Mundo, houve retração de 0,1% no volume de produção e importação de roupas e calçados esportivos. “Havia muita expectativa por causa do evento, mas os resultados não foram tão bons quanto o esperado”, afirma Carvalho. “O momento é de dificuldade, mas preferimos trabalhar com a ideia de superação”, acrescenta a representante, que ainda prefere evitar a palavra crise.

A diretora-presidente da Ápice comenta que está tentando unir a cadeia produtiva do setor para promover diálogos nas duas pontas, indústria e comércio, e reduzir custos para fabricar produtos com preços competitivos. Além disso, ela acredita que as marcas precisam inovar e também saber utilizar as novas ferramentas de marketing para atrair os consumidores às lojas, sejam elas físicas ou online. “O digital é uma boa alternativa. Os resultados gerados em ações digitais estão se tornando cada vez mais relevantes”, diz Carvalho.

Uma das sugestões é seguir a tendência de promover campanhas de marketing que trabalham com o conceito de democratização dos artigos esportivos. “Criar e divulgar artigos para praticantes de atividades físicas, e não apenas competidores. Precisamos democratizar os produtos”, declara a porta-voz da Ápice, que prevê resultados melhores em 2016 com as Olímpiadas no Rio de Janeiro, mas para quem se planejar depois de suportar um ano de 2015 complicado.