Indústria gráfica tem queda de 1,7%
O resultado só não foi pior porque as empresas de embalagens, que representam 40% do setor, apresentaram um leve crescimento. Além disso, a diferença entre os Estados tem garantido um maior equilíbrio.
O crescimento no terceiro trimestre de 2014 foi de 7,5%, em relação ao trimestre anterior, descontado o padrão sazonal. Em comparação ao mesmo trimestre do ano anterior, o crescimento no período foi de 6,9%.
A indústria gráfica deve fechar o ano com investimentos de US$ 908 milhões em máquinas e equipamentos, o que representa uma queda de 16% em comparação a 2013. O setor teve diminuição das vagas de emprego formal. Os 216.253 postos ocupados em outubro de 2014 representam queda acumulada de 0,9% em relação ao ano anterior.
Para 2015, as perspectivas também não são boas e a entidade tem previsão de retração de 1,1% na produção, mas o presidente da entidade mantém o otimismo. “Trabalhamos com a expectativa de crescimento zero, que não é crescimento na verdade. Queria também corrupção zero, falcatrua zero”, observou Ceregato.
Apesar dos números não serem muito animadores, o setor ainda tem espaço para crescer no Brasil. “Há grandes oportunidades de crescimento, principalmente por causa da educação”, explicou Ceregato.
Os empresários do setor se mostram insatisfeitos com a atual política econômica do país e se disseram prejudicados. “Cabe fazer um desabafo. Hoje o empresário se vê às voltas com uma série de problemas, incluindo legislação e o sistema tributário”, falou Ceregato. “Nossa economista comparou a economia a um elevador lotado, no qual o setor privado é o faquir, e o setor público é o obeso que se recusa a fazer uma dieta e espreme o faquir”, comparou Fabio Mortara, presidente do Sindigraf-SP (Sindicato das Indústrias Gráficas no Estado de São Paulo).
A implementação da NR (norma regulamentadora) 12 também foi criticada pelos representantes do setor. “Nós temos de juntar forças para lutar contra o governo. Temos que cuidar dos funcionários, mas não é de um dia para o outro que conseguiremos trocar todos os equipamentos”, disse Sidney Anversa Victor, presidente da Abigraf Regional São Paulo.
O Brasil tem 20 mil gráficas, além de 3 mil a 4 mil empresas no mercado informal. O setor emprega 220 mil pessoas e tem cerca de 60 mil empresários, uma média de três sócios por gráfica. A maioria das empresas são micro e pequenas, com até cinco funcionários e familiares.