Indústria precisa inovar na relação com e-commerce para fisgar consumidores finais

Conforme previsão realizada pela eMarketer, empresa especializada em pesquisas relacionadas ao marketing, o mercado nacional deve fechar o ano totalizando US$ 3,36 bilhões investidos em marketing digital, representando um crescimento de 15% em relação ao ano anterior. A projeção positiva ocorre devido à democratização proporcionada por ações no ambiente virtual, que não precisam de investimentos tão altos quanto às mídias tradicionais e permitem a segmentação de público, aumentando a assertividade das campanhas. Além disso, é possível mensurar resultados e trabalhá-los de acordo com a estratégia da organização.

Com o aumento do setor, aliado à evolução tecnológica, é possível automatizar ações possibilitando melhores análises de resultado e garantindo uma qualificação do público-alvo. Dessa forma, o mercado passa por uma mudança de comportamento, no qual ganhar mais consumidores é mais relevante do que aumentar a margem de lucro. As organizações que se posicionam assim e seguem esse caminho buscam estar um passo à frente das demais.

Boa parte das marcas e indústrias opta por não participar ativamente dessa atividade, deixando as execuções e campanhas por conta dos distribuidores e varejistas, que trabalham diversos produtos de empresas distintas, não fazendo distinção entre concorrentes, uma vez que o lucro deles vem de todas as vendas.

No ambiente físico, as marcas e indústrias são reféns do modelo comercial atual, no qual possuem limitado espaço e voz ativa para determinar categorias e comunicação. No varejo digital, as empresas têm seguido pelo mesmo caminho, o que é um equívoco e que pode ocasionar problemas futuros.

Seu canal não pode ser maior do que você

O momento é propício para que a indústria comece a participar de maneira mais ativa no varejo multicanal se fazendo presente nos espaços, mantendo-se vivo no consciente dos consumidores. Investir na comunicação correta e sua aplicação em todos os aspectos é uma necessidade.

Hoje, o consumidor detém todo o poder. Smartphones conectados em tempo integral permitem que os clientes realizem pesquisas, verifiquem reputações e diversas peculiaridades que fazem com que o trabalho on-line seja mais visado. As organizações precisam desenvolver melhor a comunicação e priorizar a sua presença, não adianta estar presente apenas no Twitter, Facebook, Instagram e Youtube, as demandas essenciais se concentram em varejistas virtuais. É preciso arriscar mais, abandonar o receio de investir e adquirir um novo posicionamento estratégico, em que os negócios se posicionem digitalmente e não fiquem apenas na dependência comercial dos revendedores.

Francesco Weiss é sócio-fundador e CCO da Intellibrand, hub global de colaboração entre indústrias, marcas e varejistas na convergência de processos de trade marketing físico para digital