"Infelizmente muita gente ainda não descobriu o potencial do mobile"

A comunicação com o consumidor é importante em todos pontos possíveis de contato, mas poucos deles oferecem tanta oportunidade imediata de conversão como o ponto de venda. E a tecnologia está no mercado para potencializar essas oportunidades para as mais diversas marcas de produtos e serviços. De olho neste cenário, a In Loco, empresa de tecnologia de inteligência de localização e a Office Mídia OOH, que possui mais de 300 telas instaladas em supermercados e shoppings no Brasil, anunciaram uma parceria.

O movimento permite a integração de telas digitais instaladas em grandes redes varejistas – como Pão de Açúcar e Extra – com o mobile. De acordo com Adrian Ferguson, head of market and business development da In Loco, além da vantagem de entregar uma campanha contextualizada e mais relevante para o consumidor, os varejistas e marcas terão também o benefício de métricas mais apuradas de ROI. Na entrevista abaixo, Adrian fala sobre essa convergência entre o OOH e o mobile, o potencial da geolocalização e os desafios do mercado de comunicação. Confira:  

Quais são as possibilidades que se abrem para as marcas a partir do casamento com entre a mídia OOH e o mobile?

A integração de mídias tradicionais, entre elas a OOH, com o mobile abre possibilidades muito relevantes e transformadoras tanto para o consumidor, como para os veículos e também para as marcas. Para o consumidor, o principal benefício é que ele começara a receber publicidades cada vez mais contextualizadas com seu cotidiano no mundo físico. Ele não percebe que existe uma tecnologia de localização que se transforma em inteligência de comunicação de marca, mas começa a perceber que as mensagens que chegam para ele parecem feitas “sob medida” e como consequência eles interagem mais com o anúncio. Já para as marcas, além dessa maior interação e assertividade na comunicação com o consumidor, conseguimos via tecnologia de localização trazer métricas muito precisas sobre o impacto de campanhas em mobiliários urbanos, jornais e TVs nos consumidores. Métricas essas que não existiam, como por exemplo quantas pessoas que foram impactadas por essa mídia e que de fato foram aos estabelecimentos. E, por fim, para os veículos, o “mobile extension” permite a “digitalização” e a integração de mídias o que significa que em breve o termo mídia offline simplesmente não fará sentido algum.

Consegue dar um exemplo?

Claro, um deles foi tema de matéria do próprio PROPMARK. Fizemos uma campanha junto com a Coletiva para a Pizza Hut no aeroporto de Congonhas. Durante 15 dias, uma mensagem exibida nos 156 painéis digitais e estáticos da Coletiva no aeroporto convidava as pessoas a visitarem o restaurante da empresa que fica localizado na área do desembarque. Quem estava no local recebia no celular uma versão mobile da mesma campanha. Foram impactados quase 58 mil usuários únicos que geraram 220 mil impressões e 1.800 cliques. Também houve aumento de receita para a loja.

Quais são os principais desafios e oportunidades para as marcas no universo mobile?

Entender que o mobile oferece às marcas a inédita oportunidade de entender o contexto do usuário no mundo físico. Isso não é trivial. Quando as marcas entenderam que no digital elas conseguiam entender os passos da jornada do consumidor, elas entenderam a importância e investiram pesadamente em estratégias digitais. O mobile permite esse mesmo entendimento no mundo físico e no mundo real, o que é ainda mais relevante, já que na Internet você tem também o comportamento aspiracional. Na hora que as marcas entenderem a importância dessa inteligência correrão para o mobile. Não é mágica é tecnologia, é essa inteligência que a In Loco oferece ao mercado. 

De que maneira a geolocalização pode revolucionar a publicidade?

É justamente esse o ponto. A geolocalização está revolucionando a publicidade, assim como o digital a revolucionou há alguns anos. Com a geolocalização, entendemos o comportamento real do consumidor: onde ele esteve antes de ir para a loja do anunciante, para onde ele foi depois, que tipos de consumo ele faz associado, quais os lugares que ele frequenta. É uma inteligência que mudará radicalmente a maneira como as marcas se comunicam com o consumidor. Infelizmente tem muita gente que ainda não descobriu o potencial da ferramenta mobile.

Em que estágio de maturidade está a propaganda brasileira no quesito utilização da Geolocalização? 

Temos muito, mas muito mesmo o que evoluir. Há pessoas que ainda pensam que isso é futurologia, que não conseguem entender a dimensão e a profundidade dos dados que chegam junto com a geolocalização. Mas, existem empresas que já perceberam, que estão investindo pesadamente em geolocalização pois perceberam o tesouro que representa. Essas empresas vão dominar o mercado. 

E na participação das marcas no universo mobile?

Tem muita empresa que cria um app porque está na moda, mas não entende quão relevante um aplicativo pode ser para sua estratégia de negócio. Um aplicativo, é uma fonte inestimável de dados sobre o consumidor, mas para chegar lá é preciso ser estratégico, é preciso inteligência. A métrica não é o número de download, isso é jogar dinheiro fora. A métrica é o nível de engajamento do consumidor. É isso que oferecemos no in Loco Engage.  

Como está o momento da In Loco?

A In Loco está em um momento bastante importante. Começamos a operar de fato em 2014, com a In Loco Media, que era uma plataforma anúncios mobile geolocalizados. Mas, desde o começo, os sócios tinham muito claro que esse era só o primeiro passo de uma empresa que tem uma visão muito mais ampla. Hoje, a In Loco Media é somente uma das áreas de atuação da In Loco e só nesse braço hoje oferecemos produtos como o Mobile Extension e um modelo disruptivo de negócio que é o CPV – Custo por Visita, usamos a publicidade geolocalizada para elevar o fluxo de consumidores nos estabelecimentos dos anunciantes e só cobramos pelas visitas feitas. Além disso, temos uma área focada em antifraude e outra em aplicativo com o In Loco Engage, que oferece produtos e inteligência para os donos dos aplicativos melhorarem o engajamento dos usuários e, assim, rentabilizarem melhor seu negócio.