Inspiração: Fábulas, crianças e ideias
Publicitária fala sobre fábulas, crianças e ideias
Imagina você ouvir uma opinião de verdade, livre de preconceitos e sem travas na língua. Criança é assim. As crianças muitas vezes fazem do complicado algo simples. Porque elas vêm sem papas na língua, sem regras, sem hierarquia, sem política. O rei está nu e pronto. Crianças vêm abertas. Porque para elas tudo é novo e nada é anormal até que alguém diga que é. Adoro uma frase de Jean-Paul Sartre: “Existem dois tipos de pessoas que dizem a verdade: as crianças e os loucos. Os loucos são internados em hospícios. As crianças, educadas.” E a nossa chance de deseducar a mente é quando as crianças entram na nossa vida.
Crianças são a chance de um restart para mães, pais, tios. A gente aprende a mudar de opinião, aprende a ouvir, aprende a ver que existem outros ângulos. São novos livros, novos filmes, novas viagens, novos problemas, novas pessoas, novas marcas, novos games, novas séries de TV (para elas novas séries de computador) e, mais desafiador, novos métodos de ensino da matemática. Crianças adoram metáforas e fábulas. Adoram histórias. Por isso a gente cria histórias para contar. E se elas são chatas, as crianças reclamam. E a gente tem de criar outra melhor.
Crianças fazem a gente se manter jovem, tiram a preguiça, fazem a gente estudar, andar de patins, jogar Minecraft, caçar Pokemon, cantar Anitta, saber quem é Christian Figueiredo, aprender a usar o Snapchat e passar horas discutindo por que celular próprio e Facebook só aos 12 anos. A gente volta aos museus, volta às roupas coloridas, ao desenho, volta ao lápis, volta a experimentar. A gente perde um pouco do medo de errar e se sente livre novamente para achar graça em coisas bobas, mas que são tão engraçadas. A gente fica menos vaidoso, mais tolerante, a empatia aumenta muito. O mais legal é que, com a mesma facilidade com que dizem a verdade, as crianças inventam. Amigos imaginários, brócolis malvados, avós com superpoderes, chuteiras mágicas e foguetes made in quintal de casa.
E como se não bastasse dizer a verdade e inventar coisas incríveis, elas vivem perguntando. Quer coisa mais difícil que viver respondendo? Logo a gente aprende a dizer “não sei”. E dizer que não sabe é o primeiro passo para diminuir novamente a preguiça, estudar, ser menos vaidoso, aquilo tudo. Mais inspirador que isso? Talvez ser avó?