Instituto Criar qualifica jovens para atuar com comunicação

Mari Campos/Divulgação

Alfaya: jovens são selecionados por ONGs e escolas

O objetivo é inserir os alunos no mercado de trabalho. Mas esta afirmação não resume, nem de longe, todo o Instituto Criar. A organização buscar ir além. Fundado em 2003 pelo apresentador Luciano Huck, o Instituto Criar tem como missão promover o desenvolvimento profissional, sociocultural e pessoal de jovens por meio do audiovisual. 

Anualmente, 150 jovens, com idade entre 17 e 20 anos e em situação de vulnerabilidade social e econômica, têm formação técnica e sociocultural, em período integral. Recentemente, mais 150 alunos se formaram e estão à disposição do mercado de trabalho. “Todo esforço que a gente faz vai além de conseguir um emprego. Eles (os alunos) precisam entrar no mercado de trabalho para não voltar à função que desempenhavam antes, como motoboy”, conta Luiz Alfaya, superintendente do Instituto Criar.

A sede do Instituto Criar fica no Bom Retiro, região central de São Paulo, e conta com três mil metros quadrados de instalações equipadas como uma produtora profissional com o diferencial de ser utilizada para o ensino. Os alunos podem escolher se especializar em uma das dez oficinas técnicas: animação, áudio, cabelo e maquiagem, câmera, cenografia, computação gráfica, edição, figurino, iluminação e produção.

Além de participar de uma oficina técnica, todos os alunos frequentam projetos socioculturais: Criatividade & Expressão, História e Linguagens do Audiovisual, Participação Social e Trabalho & Projeto de Vida.

Durante o ano letivo, os alunos desenvolvem diversos produtos audiovisuais com temas ligados à cidadania e de interesse da juventude. Toda essa produção é utilizada pelos jovens para promover a reflexão sobre importantes questões sociais nas comunidades, ONGs e escolas públicas.

Além da exibição de seus curtas-metragens, documentários, animações, os alunos também organizam oficinas, debates e palestras, em uma campanha social.

Até hoje já foram formados mais de 1.700 jovens. “Percebemos que as pessoas chegavam para trabalhar em estúdios, emissoras e produtoras pelos caminhos mais diversos e, quase sempre, sem formação”, conta Alfaya. Para selecionar os alunos, o Instituto Criar tem parceiros, como ONGs e escolas públicas, que são corresponsáveis pela escolha.

“No último ciclo, por exemplo, foram 906 candidatos para 150 vagas”, lembra o superintendente. Durante os 11 meses de estudos, os alunos recebem uma bolsa de meio salário-mínimo.

BONS RESULTADOS

O Instituto Criar realizou uma pesquisa com ex-alunos. O objetivo foi saber qual a situação que esses jovens se encontravam depois de dois anos de formado. De acordo com os estudos, 89% estavam trabalhando – sendo 52% na área de audiovisual (desses 44% em produtoras e 16% em emissoras de TV).

O estudo também revelou que apenas 3% das famílias dos jovens permanecem com o perfil inicial de renda per capta de até meio salário-mínimo. Para 84% destas famílias, ainda de acordo com o levantamento, esta renda está entre meio e cinco salários- -mínimos e, para 13%, está acima deste teto.