Instituto Gloria conscientiza sobre a violência contra a mulher
A ação faz parte da iniciativa "Não deixe ela virar paisagem" e é assinada pela Artplan
O Instituto Glória está promovendo uma ação de conscientização sobre a naturalização de agressões contra a mulher para chamar a atenção do público na cidade de Brasília.
Com murais de grafite espalhados, o trabalho busca chamar a atenção da população para o dia 25 de novembro, Dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher. A ação faz parte da iniciativa "Não deixe ela virar paisagem" e é assinada pela Artplan, com apoio do Metrô DF e demais parcerias de veículos e empresas de comunicação.
"Violência contra a mulher sempre esteve relacionada com processos culturais, ou seja, tão normalizadas que impactam na não percepção social. Tudo vira paisagem. E o reflexo desta aceitação é o aumento contínuo da violência contra nós, mulheres", afirmou Cristina Castro, fundadora e CEO do Instituto Gloria.
Apesar da similaridade das artes criadas pelas artistas Key Amorim e Ganjart, há uma diferença que singulariza o trabalho de cada artista. Enquanto as criações de Key Amorim ilustram uma mulher negra, Ganjart desenha uma mulher branca para sinalizar que a violência doméstica não escolhe cor, etnia ou classe social.
Ao longo de cinco dias, as artes foram sofrendo alterações como a mudança do semblante para representar os diversos tipos de violência, como física, psicológica, patrimonial e moral.
Os grafites e a arte digital foram finalizados nesta sexta-feira (24), com a mensagem "Vários tipos de violência aconteceram nesse muro, mas muita gente não percebeu. Não deixe a violência contra a mulher virar paisagem. Denuncie. Ligue 180".
"A iniciativa busca cumprir um dos papéis da comunicação, de ser o instrumento de conscientização e colocar o assunto em pauta. Escolhemos o grafite, sempre tão vivo, para que o Instituto Gloria possa sensibilizar a população sobre um drama social, que é a naturalização da violência contra a mulher, a partir de uma perspectiva artística. A sutileza intencional das agressões observadas nos grafites são as mesmas que muitas vezes não enxergamos em mulheres que estão sofrendo violência. Não é só uma intervenção em meio à cidade. É um grito de basta", explicou Cacá Malta, diretora de atendimento da Artplan.