Inteligência artificial deve integrar jornada de compra como assistente
Cerca de 40% das pessoas estariam dispostas a deixar as compras do dia a dia (como produtos de limpeza, por exemplo) nas mãos de uma inteligência artificial. O dado é da Embrancing the Machines: I’s Collision With Commerce, pesquisa que traz tendências de como a AI deve impactar os shoppers das gerações X, Y e Z.
A pergunta, segundo o estudo, não é mais se as pessoas usarão a inteligência artificial em sua rotina, mas como isso afeta suas decisões e quanto controle os consumidores e os compradores vão passar para a AI no futuro. O estudo foi apresentado no último dia 24 pela IntegerOutPromo, agência de shopper marketing do Grupo Omnicom, durante o Commerce Experience, no Cubo Itaú, em São Paulo.
Segundo a agência, operação brasileira do The Integer Group, apesar do conceito AI estar presente em diversas manchetes, a inteligência artifical ainda é vista como um mistério. Pessoas que participaram da pesquisa tratam o assunto como “coisa de alienígena” ou “alguma coisa relacionada a robôs, como eram nos filmes de ficção”.
Apesar disso, 90% dos pesquisados dizem estar abertos para “smart home devices”, que tornarão a geladeira, por exemplo, um ponto de venda inteligente. O levantamento também aponta que para 78% dos pesquisados o maior benefício buscado nessa tecnologia é economizar dinheiro, e 74% esperam encontrar melhores ofertas com a ferramenta.
Considerando usuários que compram de Walmart, Target, Grocery Channel e Amazon, entre suas principais expectativas estão “encontrar as melhores ofertas e coisas que a pessoa compra regularmente ou pretende comprar (71% Walmart e 65% Amazon, por exemplo) e “tomar decisões de compra e comprar pela pessoa” (50% Walmart e 37% Amazon).
A agência avalia que o cenário da AI é positivo e sua adoção já é esperada em muitas áreas. O foco desse movimento é ajudar na economia de dinheiro e, consequentemente, tempo. Estima-se que no futuro ela tome uma postura mais pessoal na vida do shopper, virando quase um assistente pessoal, um personal stylist, concierge, alguém que o ajude a tomar melhores decisões.
Ricardo Franken, sócio e CCO da agência, acredita que à medida em que as pessoas perceberem que a AI pode tornar-se algo corriqueiro, inserido no dia a dia, que gera benefícios reais como economia de tempo e dinheiro o seu uso será mais popular. “E vai, cada vez mais, fazer parte das nossas vidas. Cabe às empresas lançar produtos e serviços que sejam relevantes para o público.” Além disso, ele avalia que muitos insights do estudo podem ser aplicados ao mercado brasileiro, e é isso que a agência pretende fazer. “O comportamento do shopper, em muitos aspectos, é bastante semelhante. Estamos ainda bem atrás do mercado norte-americano no que diz respeito ao uso de equipamentos de AI para compra de produtos, como o Alexa, da Amazon. Mas assim que tivermos a disponibilidade de produtos e serviços acessíveis, acredito que a adoção ocorrerá de forma mais acelerada. Um ponto importante é termos aparelhos que falem e entendam bem português, uma vez que a sua principal interface de comando é por meio de voz.”
Futuro é hoje
Às vezes o tema pode parecer distante, mas está cada vez mais inserido no presente. Segundo Eduardo Assunção, planner da Integer|OutPromo, a automatização da nossa memória é uma realidade próxima. “Agora tudo fica na nuvem, mas esse modus operandis está (há tempos) evoluindo para outras áreas da nossa vida, por exemplo, os nossos hábitos de consumo. Isso é feito através da inteligência artificial, que trabalha registrando o que a gente compra, entendendo a periodicidade dela e avisando quando vai faltar, ou quando tem um bom desconto”, explica.
A pesquisa foi desenvolvida por Craig Elston, Global Chief Strategy Office do The Integer Group dos EUA. Foram ouvidas 3.665 pessoas. Detalhes estão no site. Para ter acesso, basta fazer cadastro simples e baixar o conteúdo.
Ricardo Franken: “AI vai, cada vez mais, fazer parte das vidas das pessoas”
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