Inteligência artificial traz primeiros sinais de transformação da mídia
Com o avanço da IA, novas maneiras de consumir e interagir com o conteúdo vão surgir, criando assim oportunidades para a inovação
No cenário dinâmico da mídia contemporânea, a Inteligência Artificial (IA) emerge como uma força transformadora, redefinindo não apenas a maneira como consumimos informações, mas também como elas são produzidas, distribuídas e compreendidas.
Em um mercado onde a velocidade e a relevância são inevitáveis, o encontro entre a IA e a mídia tradicional já não é uma especulação para um futuro distante, mas uma realidade que já molda nossas interações diárias com a informação e a rotina do setor.
Para Elaine Coimbra, CEO da Foster do Grupo WPP, a IA transformou e transformará ainda mais a indústria de mídia de diversas maneiras como: automatizando tarefas repetitivas e permitindo a produção ágil de conteúdo personalizado, como textos, imagens, áudios e vídeos. A profissional explica que a capacidade da IA de lidar com grandes volumes de dados, em tempo real inclusive, fornece insights valiosos para decisões estratégicas. A personalização da experiência do usuário onde a IA recomenda conteúdo relevante e direciona anúncios de forma precisa, aumentando o engajamento e a fidelidade do público.
Já André Miceli, professor de MBAs da FGV, acredita que a IA está desempenhando um papel de revolução, reconstrução e redesenho da indústria de mídia, assim como está desempenhando esse mesmo papel em outras indústrias. “Acredito que o impacto [da IA] não vai ser nem mais nem menos diferente do que em praticamente todos os setores onde existem tarefas repetitivas”, explica.
Um temor
Apesar de um panorama que mostra-se ser benéfico para o mercado, um sentimento em comum invadiu muitos profissionais: o temor. Falar sobre inteligência artificial é também refletir sobre seus avanços e se em algum momento dessa jornada ela vai substituir o trabalho humano.
Tal temor não surge por mera especulação, segundo o relatório ‘Tendências de gestão de pessoas’, realizado pelo Ecossistema Great People & GPTW, em 2023, quando 16,7% das empresas do Brasil realizaram grandes rodadas de desligamentos, ante 12,4% em 2022.
O setor tecnológico, um dos principais destaques da pesquisa, foi impactado por cortes devido ao avanço da IA. No ano passado, empresas como Microsoft, Amazon e Meta realizaram inúmeras demissões em massa, enquanto continuavam a investir maciçamente em inteligência artificial generativa. De acordo com o relatório, 44,7% das empresas brasileiras já implementaram algum tipo de IA, enquanto 24,1% estão explorando possíveis usos da tecnologia. Enquanto isso, 28,1% dos trabalhadores reconhecem o potencial da IA para substituir parcial ou totalmente suas funções.
Quando abordado sobre o temor dos profissionais, em entrevista ao propmark, Leonardo Cruz, editor-executivo da área digital do Estadão, destacou: “Não tem como brigar com a tecnologia. Se a gente brigasse com a tecnologia, estaríamos na era das cavernas. A partir do momento em que a sociedade vai avançando e vai descobrindo novas tecnologias, o que você precisa rápido, se você não é o descobridor dessa tecnologia, é olhar para essa tecnologia e entender como ela funciona e de que maneira ela pode ser mais proveitosa para você ou não”, explica.
Investimento em IA
Felizmente, muitas pessoas olham para a IA da mesma forma. Segundo pesquisa da Workmonitor, da Randstad, 45% dos brasileiros apontam a IA como o principal foco de interesse para o desenvolvimento de habilidades, superando a média global de 29%. O levantamento, que oferece uma visão ampla sobre as expectativas e motivações no cenário profissional para 2024, revela que 60% das empresas brasileiras já estão investindo na capacitação de seus colaboradores em áreas críticas como a IA.
Outro estudo, realizado pela Access Partnership em colaboração com a Amazon Web Services (AWS), aponta que a IA pode dar um grande impulso na economia do país e ainda apoiar uma parte considerável das tarefas profissionais. A pesquisa indica que todas as organizações do Brasil estarão habilitadas para receber a IA. E 97% de todos os empregadores planejam usar soluções baseadas em IA até o ano de 2028. Além disso, 68% dos colaboradores esperam que a automação de tarefas seja o principal benefício da IA.
Leia a matéria completa na edição do propmark de 1º de abril de 2024