Investimento em mídia cresceu 16% em 2011
Os receios de retração econômica global, especialmente no segundo semestre, não influenciaram negativamente no crescimento do investimento publicitário brasileiro durante 2011. Segundo dados do Ibope, o mercado finalizou o último ano com aumento de 16% na compra de mídia em relação a 2010, atingindo R$ 88,3 bilhões – em valores brutos. O estudo do Monitor Evolution, serviço que acompanha mensalmente os investimentos dos anunciantes, é feito em 38 praças e nove meios.
A TV aberta ainda lidera com folga a preferência dos investidores, repetindo a fatia de 2010 e fechando 2011 com 53% de participação no bolo total, o que corresponde a R$ 46,4 bilhões. Em segundo, mantém-se o meio jornal, com 20% (R$ 17,5 bi), um ponto percentual a menos que no ano anterior. A terceira e quarta posição se inverteram em relação a 2010: revistas e TV por assinatura repetem os 8% do ano anterior, porém, o meio eletrônico passa a ter leve vantagem frente ao impresso: R$ 7,4 bi contra R$ 7,2 bi recebidos em investimento.
A internet passou de 4% a 6%, recebendo R$ 5,4 bilhões – contabilizando aqui apenas formatos display. O rádio aparece em seguida com 4%, mesma fatia de 2010, agora com R$ 3,6 bilhões recebidos, enquanto o mobiliário urbano angariou R$ 446 milhões, o que corresponde a aproximadamente 1% do valor total. cinema (R$ 342 milhões) e outdoor (R$ 122 milhões) tiveram menos de 1% da fatia.
Varejo lidera
Entre as divisões dos setores da economia que mais investiram, o de Comércio e Varejo continua amplamente na frente, representando 22% do volume total: R$ 19,1 bilhões. A divisão de Veículos, Peças e Acessórios aparece no segundo posto, com 9% (R$ 8,1 bi), enquanto Higiene Pessoal e Beleza (R$ 7,4 bi) empata tecnicamente com Serviços ao Consumidor (R$ 7,3 bi), ambas com 8% de participação.
Completam a lista dos 10 setores que mais investiram Mercado Financeiro e Seguros (7%, R$ 6,4 bi), Cultura, Lazer, Esporte e Turismo (6%, R$ 4,9 bi), Bebidas (5%, R$ 4,8 bi), Mídia (5%, R% 4,4 bi), Serviços Públicos e Sociais (5%, R$ 4,1 bi) e Telecomunicações (5%, R$ 4 bi).
Casas Bahia na frente
A Casas Bahia se mantém como o anunciante que mais compra mídia no Brasil. No topo da lista, a rede varejista investiu R$ 3,4 bilhões em 2011, cerca de R$ 300 milhões a mais que no ano anterior. O segundo lugar ficou com a Unilever, com R$ 2,6 bi, bem à frente da terceira, a Ambev, com R$ 1,3 bi em compra de mídia.
A Reckitt Benckiser, que era oitava em 2010, figura agora na quarta posição entre as maiores investidoras, com R$ 1,2 bilhão, com Hyundai Caoa em quinto (R$ 1,1 bi). Dentro do ranking dos 30 maiores investimentos, a empresa que mais aumentou sua verba foi a Cervejaria Petrópolis, que passou da 12ª para a 6ª posição, de R$ 659 milhões para R$ 1,1 bilhão. Na via contrária, quem mais perdeu colocações foi a Ford, de 14ª para 20ª. Mesmo assim, seu investimento em mídia foi ampliado de 2010 para 2011, passando de R$ 627 milhões para R$ 678 milhões.
Y&R no topo
Assim como a Casas Bahia, sua agência, a Y&R, também se mantém no topo do ranking do Ibope em 2011, sendo a operação brasileira que mais comprou mídia no ano: R$ 6,1 bilhões. Em segundo aparece a AlmapBBDO, que ganhou uma posição em relação a 2010 e terminou o ano com R$ 2,8 bi. A Ogilvy, terceira colocada, subiu oito posições na lista, chegando ao fim de 2011 com R$ 2,6 bilhões em compra de mídia, enquanto a JWT, que foi segunda no ano anterior, fechou o ciclo na quarta colocação, com R$ 2,4 bilhões. Completam o top 10 das agências que mais investiram em mídia durante 2011, na ordem: WMcCann (R$ 2,3 bi), Euro RSCG (R$ 2,2 bi), BorghiErh/Lowe (R$ 1,9 bi), Africa (R$ 1,8 bi), Neogama/BBH (R$ 1,8 bi) e Publicis (R$ 1,8 bi).
Seis agências que não estavam entre as 50 do ranking em 2010 passam a figurar na lista: AgênciaClick (29ª, R$ 611 milhões), Prime Brasil (33ª, R$ 485 mi), Lov (43ª, R$ 326 mi), Alternativa Publicidade (46ª, R$ 272 mi), Mindson (47ª, R$ 245 mi) e IDTBWA (50ª, R$ 200 mi). Elas assumem os lugares de Salles Chemistri (31ª em 2010) Lua Branca (42ª), GP7 (45ª), DCS (46ª), Heads (49ª) e Santa Clara (50ª). No ranking deste ano, porém os resultados de Salles Chemistri e GP7 foram somados aos da Publicis Brasil, 10ª da lista.
Metodologia
A cobertura da ferramenta Monitor Evolution, do Ibope, analisa os principais veículos brasileiros nacionalmente, abrangendo 38 mercados de TV aberta, 36 canais de TV por assinatura, oito mercados de rádio, 250 títulos de revista, 61 de jornais, 51 exibidoras de outdoor, 562 salas de cinema, seis portais de internet e 10 mercados de mobiliário urbano.
por Karan Novas