Os planos da Unlimited Sports para popularizar o Ironman no Brasil
Há dois anos, o Itaú BBA passou a dar nome a uma das provas do Ironman no Brasil
Para alguns, o nome assusta, para outros, trata-se de um life style. O objetivo do responsável por trazer o circuito Ironman para o Brasil é exatamente acabar com a impressão de que a maior prova de triatlo do mundo é só para esportistas profissionais ou com alto grau de desempenho.
Segundo Carlos Galvão, CEO da Unlimited Sports, realizadora no país das etapas do Ironman desde 2001, a ideia é incentivar as pessoas a levarem uma vida mais saudável e a se desafiarem. Para tanto, há modalidades com percursos mais curtos para atrair outros públicos, como a Ironman 70.3, que é um triatlo de meia distância. O circuito está crescendo tanto que ganhou, há dois anos, um patrocinador de peso, o Itaú BBA, que dá nome à prova do Ironman.
Galvão afirma que tudo depende de preparação para participar do Ironman. Considerada a maior prova de triatlo da América Latina, no Itaú BBA Ironman (inteiro) etapa nacional, os atletas nadam 3,8 quilômetros, fazem 180 km de ciclismo e correm 42,2 quilômetros. Já no Itaú BBA Ironman 70.3, os participantes fazem a metade do circuito. “As distâncias somadas do meio Ironman dão 113 km ou 70.3 milhas, então ficou Ironman 70.3, que nada mais é que um meio Ironman e a coisa pegou”, diz ele.
Outro atrativo para os candidatos a um Ironman são as belas praias e cenários onde as provas são realizadas. O Ironman Brasil, por exemplo, foi em Jurerê Internacional, em Florianópolis. O Ironman 70.3 tem versões no Rio de Janeiro, Florianópolis, Fortaleza e até São Paulo, onde é feito no campus da USP.
Administrador de empresas por formação, Galvão decidiu abandonar o mercado de capitais e se dedicar ao Ironman. O próprio Galvão é um atleta de Ironman e já fez diversas provas. “Eu comecei a enxergar uma oportunidade de poder usar essa plataforma chamada Ironman como um agente transformador de vidas, entendi o quanto a pessoa precisa se dedicar, ser resiliente, se planejar e ter força de vontade para se desafiar”.
O primeiro Ironman da história foi realizado em 1978, no Havaí. “Eu descobri a empresa que licencia a marca, que fica em Tampa, na Flórida, e trouxe o Ironman para cá”, relembra Galvão. Já no Brasil o primeiro Ironman foi realizado em Florianópolis e teve 476 participantes, segundo o CEO da Unlimited Sports. Hoje, o evento etapa nacional reúne cerca de 1.700 atletas. Com patrocínios, receita de inscrições e outras fontes de receitas, como venda de artigos com a marca Ironman, o negócio já fatura mais de R$ 30 milhões.
Curiosamente, o Ironman é uma das marcas mais tatuadas no mundo e tem fãs espalhados por toda a parte. O céu é o limite quando se trata da idade dos participantes. “Cerca de um terço faz pela primeira vez as provas. A idade mínima é 18 anos e a máxima, o céu é o limite. Na prova de 22 de setembro, em São Paulo, o atleta mais velho do masculino tinha 81 anos e a atleta mais velha do feminino 74 anos, largando igual, junto com os demais. E os mais velhos não foram os últimos”.
O limite de tempo para completar o Ironman é 17 horas. Neste ano, em sua 22ª edição, o Ironman Brasil teve como campeã a capixaba radicada em Santa Catarina, Pâmella Oliveira, que venceu pelo terceiro ano consecutivo e completou a prova com o tempo de 8h57min41. “O nosso desafio é fazer com que cada vez mais pessoas conheçam esse movimento. A gente fala que quando uma pessoa cruza a linha de chegada do Ironman é só o começo. Ela é outra pessoa”.
De acordo com Galvão, para alguém que nunca tenha feito nada, em seis meses de preparação, está apto para largar no Ironman 70.3. “Desde que se dedique e se comprometa, porque nada tem almoço grátis na vida”.
Além do Itaú BBA como title sponsor, o Ironman no Brasil conta com patrocínios de: Track Field, Omint, Heineken 0.0 e Avenue; copatrocínio de Dux, Felt, Pacco, Oakberry, Technogym, Doozy Sports, Boali; e apoio de Paçoquita, Sococo e Clínica Vitta. “Trata-se de uma jornada absolutamente transformadora, nosso objetivo é popularizar o Ironman no Brasil e fazer com que mais empresas se conectem conosco”, finaliza Galvão.